A contribuição do ambiente escolar para a produção de experiências formativas por professoras dos anos iniciais do ensino fundamental

Resumo

Este artigo parte do pressuposto de que a produção de experiências pelo professor acontece mediante a combinação de fatores internos e de condições objetivas existentes no ambiente escolar. De modo específico, este estudo tem como objetivo discutir como a equipe gestora da escola e o diálogo entre os professores podem favorecer ou enfraquecer a produção de experiências e a aprendizagem por meio delas. Estudos de John Dewey e Jorge Larrosa oferecem subsídios para o trabalho interpretativo. Os procedimentos de coleta, análise e interpretação de dados aproximam-se dos princípios da “entrevista compreensiva”. Fazem parte da pesquisa treze professoras, escolhidas intencionalmente com critérios e perfis predefinidos, de modo a assegurar a composição de um grupo representativo de profissionais, reconhecidas pelo compromisso com a aprendizagem dos estudantes e exitosas em suas práticas docentes. Os resultados apontam que as relações que são estabelecidas entre as professoras e seus pares contribuem para que elas experimentem a “pobreza da experiência”. As professoras elaboram suas experiências buscando coerência entre suas convicções pedagógicas e aquilo que o ambiente lhes oferece, confirmando que a experiência não depende apenas das condições externas e objetivas – como a atuação da direção escolar e da coordenação pedagógica –, mas é determinada pelo desejo, atitude e propósito de cada um.