Troca de Saberes indígenas, quilombolas e caiçaras com o Cap João XXIII

experiência presencial e virtual de um projeto coletivo de trabalho nos 3os anos do Ensino Médio

Autores

  • Cátia Pereira Duarte Universidade Federal de Juiz de Fora/Colégio de Aplicação João XXIII https://orcid.org/0000-0003-3671-0867
  • Lilian Gil Universidade Federal de Juiz de Fora/ Colégio de Aplicação João XXIII
  • Paula da Silva Pires Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Laura de Melo Soares Universidade Federal de Juiz de Fora

DOI:

https://doi.org/10.34019/1984-5499.2022.v24.34711

Palavras-chave:

Troca de saberes, Interculturalidade crítica, Educação Física escolar

Resumo

Ao dialogar com os formandos do Ensino Médio do Colégio de Aplicação João XXIII sobre uma resistência a determinados temas da cultura corporal, surgiu o desejo de aperfeiçoar as aulas de danças tradicionais da Educação Física a fim de colaborar com o Projeto Coletivo Pés na Estrada – Paraty/ CAp João XXIII, fato que culminou na organização do evento “Troca de saberes indígenas e quilombolas” em uma versão presencial, em 2019, e virtual, em 2020. Este relato traz o cotidiano vivido por noventa formandos e duas professoras, registrado em diário de campo de estagiários e bolsistas da escola. Concluiu-se que, a partir da interculturalidade crítica, o grupo foi motivado a repensar o funcionamento do ensino, certos de que a pandemia trouxe desafios e possibilidades de encontro com comunidades distantes da escola.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Cátia Pereira Duarte, Universidade Federal de Juiz de Fora/Colégio de Aplicação João XXIII

Graduada em Licenciatura Plena em Educação Física pela Universidade Federal de Pelotas (2000), mestre (2003) e doutora em Educação Física (2010) pela Universidade Gama Filho, estágio pós-doutoral em Saberes docentes na formação inicial (2014) pela Universidade Federal Fluminense, qualificação profissional em Danças Tradicionais (2019) pela parceria entre o Grupo de Pesquisa Práticas Escolares e Educação Física da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora com grupos de pesquisa portugueses. Atualmente, atua como professora do Ensino Fundamental e Médio do Colégio de Aplicação João XXIII da Universidade Federal de Juiz de Fora/ UFJF. Além das aulas regulares orienta estagiários de prática de ensino e treinamento profissional, oriundos da UFJF; orienta projetos de Iniciação Científica para alunos do Ensino Médio do Colégio de Aplicação e de escolas estaduais; desenvolve projeto de extensão Danças tradicionais na formação continuada dos professores de Juiz de Fora; é líder do grupo de pesquisa Prática Pedagógica em Educação Física. Atua nas linhas: movimentos sociais; antropologia do corpo; processos educativos; danças tradicionais.

Lilian Gil, Universidade Federal de Juiz de Fora/ Colégio de Aplicação João XXIII

Mestre em Performance Artística e Dança pela Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa, graduada em licenciatura plena em Educação Física, pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e especializações nas áreas de Educação Física, Arte Educação e Educação. Professora efetiva do Colégio de Aplicação João XXIII/UFJF, leciona desde 1996 como professora no Ensino Fundamental e Médio. Foi coordenadora dos Projetos de Dança e Programa de Desenvolvimento de Potencialidades e atualmente à frente dos Projetos de Iniciação e Aprofundamento nas Artes Circenses e Dança na Escola do Cap JXXIII. Dentro das diversas atuações do percurso profissional desenvolveu ações e produções nas diferentes frentes desde Organizações de Mostras culturais, criação e produção de performances e espetáculos nas áreas artísticas da dança e áudio-visual; além de organizar práticas de iniciação esportiva, torneios e atividades de integração com alunos, jovens da comunidade e outras instituições, com vistas a contribuir com a formação social e humana desses sujeitos envolvidos.

Paula da Silva Pires, Universidade Federal de Juiz de Fora

Graduanda em Jornalismo pela Universidade Federal de Juiz de Fora

Laura de Melo Soares, Universidade Federal de Juiz de Fora

Graduanda em Serviço Social pela Universidae Federal de Juiz de Fora. Bolsista do Projeto "Oficina de danças tradicionais na escola: formação de professores para a discussão da identidade e da diversidade sociocultural brasileira"

Referências

BRASIL. Decreto n. 5.051, de 19 de abril de 2004. Promulga a convenção n. 169 de organização internacional do trabalho – OIT sobre povos indígenas e tribais. Diário Oficial, Brasília, 2004. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5051.htm. Acesso em: 08 mai. 2020.

BRASIL. Decreto n. 6.040, de 07 de fevereiro de 2007. Institui a política nacional de desenvolvimento sustentável dos povos e comunidades tradicionais. Diário Oficial, Brasília, 2007. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6040.htm. Acesso em: 08 mai. 2020.

BRASIL. Lei n. 13.278, de 2 de maio de 2016. Altera o § 6 do art. 26 da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que fixa as diretrizes e bases da educação nacional, referente ao ensino da arte. Diário Oficial, Brasília, 2016. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13278.htm. Acesso em: 03 jul. 2020.

BRASIL. Lei n. 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira". Diário Oficial, Brasília, 2003.

BRASIL. Lei n. 11.645, de 10 de março de 2008. Altera a Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, Art. 1o O art. 26, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Diário Oficial, Brasília, 2008.

BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial, Brasília, 1996.

BRASIL. Resolução CNE/ CEB n. 8, de 20 de novembro de 2012. Define Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica. Diário Oficial, Brasília, 2012. Seção 1, p. 26.

ESTUDO TÉCNICO n. 12/ 2016. Impactos do Novo Regime Fiscal: subsídios à análise da Proposta de Emenda à Constituição – PEC n. 241/2016. Câmara dos Deputados. Brasília: Edições Câmara, 2016. Disponível em: <https://www2.camara.leg.br/orcamento-da-uniao/estudos/2016/EstudoTcnicon122016versao21ago_publicado.pdf>. Acesso em: 06 mai. 2020.

CANDAU, Vera Maria. Diferenças culturais, interculturalidade e educação em direitos humanos. Educação e Sociedade, Campinas, v. 33, n. 118, p. 235-250, jan./mar. 2012. Disponível em:<https://www.scielo.br/pdf/es/v33n118/v33n118a15.pdf> Acesso em: 26 mai. 2020.

DUARTE, Cátia Pereira. Modos de ser quilombola, indígena e português: do cruzamento de pertencimentos corpóreos nas danças tradicionais às dádivas que consolidam as identidades da Colônia do Paiol, Aldeia Araponga e Comunidade de Areosa. 2019. Tese inédita (Promoção à Classe de Professor Titular do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico) – Colégio de Aplicação João XXIII da Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2019.

FONSECA, Claudia. Quando cada caso não é um caso: pesquisa etnográfica e educação. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, n. 10, p. 58-78, jan./abr. 1999.

HALL, Stuart. Notes on deconstructing ‘the Popular’. In: STOREY, John (Org.). Cultural Theory and popular culture. Athens: University of Georgia Press, 1998. p. 237-240.

MAROUN, Kalyla. Jongo e educação: a construção de uma identidade quilombola a partir de saberes étnicoculturais do corpo. 2013. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós-graduação em Educação, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013.

MAUSS, Marcel. Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosac Naify, 2003.

MONTARDO, Deise Lucy Oliveira. Através do Mbaraka: música e xamanismo guarani. 2002. Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Programa de Pós-graduação em Antropologia Social, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002.

NEIRA, Marcos Garcia. Práticas corporais na Educação Física Cultural. São Paulo: Grupo de Pesquisa em Educação Física Escolar. Youtube, 14 fev. 2018. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=BqLGHtFGfPc>. Acesso em 14 mai. 2019.

NUNES, Mário Luiz Ferrari. Educação Física na área de códigos e linguagens. In: NEIRA, Marcos Garcia; NUNES, Mário Luiz Ferrari (Orgs.). Educação Física Cultural: escritas sobre a prática. Curitiba: 2016. p. 51-72.

PESSOA, Jair de Morais. Saberes e culturas populares nas contradições da culturalização da sociedade. Revista de Educação Pública, Cuiabá, v. 26, n. 62/2, p. 493-508, maio/ago. 2017. Disponível em: <http://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/educacaopublica/article/view/5495>. Acesso em: 26 mai. 2020.

ROSSI, Amanda. Tudo o que você precisa saber sobre as usinas nucleares de Angra 1 e 2, e por que são diferentes de Tchernóbil. Folha de São Paulo, São Paulo, 23 jun. 2019. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2019/06/tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-as-usinas-nucleares-de-angra-1-e-2-e-por-que-sao-diferentes-de-tchernobil.shtml>. Acesso em 22 mai. 2020.

SILVA, Tomaz Tadeu. A produção social da identidade e da diferença. In: SILVA, Tomaz Tadeu (Org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes, 2000. p. 73-102.

TESTA, Adriana Queiroz. Caminhos de saberes guarani Mbyá: modos de criar, crescer e comunicar. 2014. Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Programa de Pós-graduação em Antropologia Social, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014.

Downloads

Publicado

2022-12-21