Tlaxcaltequidade dos Cantares mexicanos: paleografia e tradução

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34019/2318-3446.2021.v9.35361

Palavras-chave:

Cantares mexicanos; Tlaxcaltequidade; náhuatl clássico; português brasileiro; tradução.

Resumo

Por ocasião dos exatos 500 anos da queda de México-Tenochtitlan e México-Tlatelolco neste ano de 2021, sucesso histórico popularmente conhecido como “Conquista do México”, apresentamos paleografia e tradução inédita para o português brasileiro diretamente do náuatle clássico do último canto do manuscrito colonial Cantares mexicanos, conservado na Biblioteca Nacional do México. O canto ocupa as folhas 83 (frente) a 85 (frente) e trata do protagonismo dos Tlaxcalteca no processo de conquista dos Mexica ou Tenochca, povo líder da Tríplice Aliança no território mesoamericano desde 1428, desconstruindo a verdade histórica quase inquestionável de vitória absoluta pelos espanhóis e de derrota de todos os povos mesoamericanos. Pelo contrário, intitulado em tradução Tlaxcaltequidade, o canto fortalece a imprescindibilidade dos Tlaxcalteca e outros povos Nahua independentes como aliados, bem como da intérprete chamada Malinche, cujo vínculo com Hernán Cortés foi central para a tomada do poder, tornando-os igualmente conquistadores.

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Biografia do Autor

Sara Lelis de Oliveira, Universidade de Brasília

Tradutora e professora de espanhol. Atualmente realiza estágio pós-doutoral no Programa de Pós-Graduação em Literatura da Universidade de Brasília. Doutora em Literatura (2021) pela Universidade de Brasília com a tese intitulada "Tradução dos Cantares mexicanos: arqueologia de cinco cantos Nahua". Realizou estágio doutoral no Programa de Pós-Graduação em Estudos Mesoamericanos da Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM), financiado pela CAPES, pesquisando a partir da tradução do manuscrito Cantares mexicanos do náhuatl clássico para o português. Mestre em Estudos da Tradução (2017) pela Universidade de Brasília com a dissertação intitulada "A tradução dos cuicatl e dos tlahtolli em MALINCHE: a experiência dos antigos mexicanos" e Bacharel em Letras - Tradução - Espanhol (2014) pela mesma universidade com o trabalho de conclusão de curso intitulado "A tarefa do tradutor em MALINCHE de Laura Esquivel: a desconstrução ideológica de um mito". Integrante dos grupos de pesquisa Walter Benjamin: tradução, linguagem e experiência, coordenado pela profa. Dra. Ana Helena Rossi, e Epistemologia do Romance, coordenado pela profa. Dra. Ana Paula Caixeta. Integrante do projeto "Paleografía y Traducción del Códice Florentino", pelo Instituto de Investigaciones Históricas e pela Facultad de Estudios Superiores de Acatlán, da Universidad Nacional Autónoma de México, sendo responsável pela tradução do Livro Terceiro para o espanhol. Editora-gerente do periódico caleidoscópio: literatura e tradução desde 2016. Professora substituta no Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução de 2015 a 2017, no curso de Letras - Tradução - Espanhol da Universidade de Brasília, ministrando disciplinas teóricas e práticas de tradução, bem como língua castelhana para tradução. Professora substituta no curso de Línguas Estrangeiras Aplicadas do Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução de março a julho de 2019, ministrando disciplinas de língua espanhola. Professora de espanhol no PPE - UnB Idiomas de 2018 a 2021.

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Publicado

2021-12-27

Como Citar

LELIS DE OLIVEIRA, S. Tlaxcaltequidade dos Cantares mexicanos: paleografia e tradução. Rónai – Revista de Estudos Clássicos e Tradutórios, [S. l.], v. 9, n. 2, p. 178–206, 2021. DOI: 10.34019/2318-3446.2021.v9.35361. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/ronai/article/view/35361. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

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