MEMÓRIAS PÓSTUMAS
UMA ANÁLISE DA TRADUÇÃO INTERSEMIÓTICA DO ROMANCE PARA O FILME
DOI:
https://doi.org/10.34019/1983-8379.2025.v18.47021Palabras clave:
Cinema, Literatura, Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas, Tradução intersemióticaResumen
Este artigo tem por objetivo analisar a tradução intersemiótica produzida pelo filme Memórias póstumas (2001), dirigido por André Klotzel, do romance Memórias póstumas de Brás Cubas (2015 [1881]), de Machado de Assis, de modo a verificar por meio dessa análise a interpretação que o filme elabora e sustenta acerca do romance. Para atingir esse objetivo, o presente trabalho parte das elaborações de Omar Calabrese (apud Farias; Oliveira, 2014) a respeito da tradução intersemiótica, que tomam como princípio a noção de que esta é um processo de construção de uma equivalência – ainda que imperfeita – entre dois sistemas de signos, e das considerações semiológicas de Roland Barthes (2005) acerca do processo de significação no cinema. Enquanto Calabrese (apud Farias; Oliveira, 2014) sustenta os princípios deste trabalho de comparação entre semioses, Barthes (2005) fornece algumas categorias de valor procedimental que tornam possível esse trabalho. A partir da análise realizada por meio desse referencial, verificou-se que o filme, ao traduzir para os seus signos próprios a obra de Machado de Assis, emula nessa nova linguagem o estilo elíptico e oblíquo do escritor. Observou-se, ainda, que esse mesmo filme, apesar da emulação do estilo, produz uma interpretação singular acerca da narrativa.
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