DO RIO AO VINHO
ARQUETIPOLOGIA E A CONVERSÃO SEMIÓTICA DO BOTO DIONISÍACO NA POÉTICA DE PAES LOUREIRO
DOI:
https://doi.org/10.34019/1983-8379.2025.v18.49225Palabras clave:
Boto, Conversão Semiótica, Dioniso, literatura amazônica, Paes LoureiroResumen
Este trabalho analisa as relações simbólicas entre o Boto, figura central do folclore amazônico, e Dioniso, divindade grega do êxtase e do prazer, no poema “Hinos Dionisíacos ao Boto”, de João de Jesus Paes Loureiro. Partindo de uma abordagem interdisciplinar que articula mitologia comparada (Brandão, 1991; Câmara Cascudo, 1998), teoria da Conversão Semiótica (proposta por Loureiro, 2007) e crítica arquetípica (Jung, 2002; Campbell, 1997), demonstra-se como o Boto é ressignificado literariamente como um Dioniso amazônico, encarnando um hedonismo transgressor que subverte moralidades e celebra o instante. A investigação revela que o autor opera uma transfiguração semiótica do mito regional, elevando-o à condição de arquétipo universal, semelhante a Dioniso, ao mesmo tempo que desafia hierarquias culturais eurocêntricas. As convergências entre as figuras - ambivalência sagrado/profano, metamorfose e prazer – são destacadas como núcleos simbólicos compartilhados. A análise evidencia ainda as dificuldades inerentes ao estudo do Boto, dada a escassez de acervos sistematizados sobre sua historicidade e a marginalização de narrativas orais amazônicas. Por fim, o estudo propõe um novo paradigma para a compreensão de arquétipos em contextos pós-coloniais, no qual a literatura regional dialoga com tradições canônicas sem perder sua singularidade.
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