A ilusão do levantamento do véu societário e a responsabilidade das empresas por violações de direitos humanos
Publicado 2018-01-31
Palabras clave
- Levantamento do véu societário,
- Desconsideração,
- Direitos Humanos e Empresas
Cómo citar
Resumen
O presente trabalho tem como objetivo analisar a utilização da técnica da desconsideração da personalidade jurídica, conhecida como levantamento do véu societário, nas situações envolvendo a responsabilização de empresas pela violação de direitos humanos. Para tanto, partindo-se da relação entre neoextrativismo e subdesenvolvimento, busca-se demonstrar que a desigual distribuição do risco ambiental e empresarial para as comunidades locais se agrava com o modelo da limitação da responsabilidade adotado para a empresa plurissocietária. Procura-se ressaltar as limitações da técnica da desconsideração em um contexto em que a fuga da responsabilidade por parte das empresas transnacionais se vale de novos arranjos e instrumentos jurídicos.
Descargas
Citas
ANTUNES, José Augusto Engrácia. Estrutura e responsabilidade da empresa: o moderno paradoxo regulatório. In: Revista Direito GV, São Paulo, v. 1, n. 2. jun-dez 2005.
ANTUNES, José Augusto Engrácia. The governance of corporate groups. In: ARAUJO, Danilo Borges dos Santos Gomes de; WARDE JR., Walfrido Jorge (org.). Os grupos de sociedades: organização e exercício da empresa. São Paulo: Saraiva, 2012.
BARCELOS, Eduardo (Coord.). O Projeto Minas Rio e seus impactos socioambientais: Olhares desde a perspectiva dos atingidos. [s. L.]: Encontro de Intercâmbio das Comunidades em Resistência Ao Projeto Minas-Rio, 2014.
BECKER, Luzia Costa; PEREIRA, Denise de Castro. O Projeto Minas-Rio e o desafio do desenvolvimento territorial integrado e sustentado: a grande mina em Conceição do Mato Dentro. Recursos Minerais & Sustentabilidade Territorial, Rio de Janeiro, v. 1, p.229-258, 2011.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial n 846331/RS-(2006/0096483-0) 23/03/2010. Relator: Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO. In Diário de Justiça de 06/04/2010.
CLAUSEN, Nis. Use of the American Doctrine of Piercing the Corporate Veil: An Argument in Danish Business Law, 5 Int'l Tax & Bus. Law.44 1987. Disponível em: http://scholarship.law.berkeley.edu/bjil/vol5/iss1/2. Acesso em: 21 set. 2016.
COELHO, Tádzio Peters. Projeto Grande Carajás: Trinta anos de desenvolvimento frustrado. Marabá: Editora iGuana, 2015.
COURIR, Edoardo. Limiti alla responsabilità imprenditoriale e rischi dei terzi. Milão: Giuffrè,1997
EUA. District Court, N.D. California. Bowoto v. Chevron Corp. Supp. 2d 1010 N.D. Cal. 2007. Disponível em http://www.courtlistener.com/opinion/2416225/bowoto-v-chevron-corp/. Acesso em: 21 set. 2016.
FRAZÃO, Ana. Grupos Societário no Direito do Trabalho: critérios de configuração de consequências. Revista semestral de direito empresarial, n 16, jan-jun, Rio de Janeiro: Processo, 2015.
GUDYNAS, Eduardo. Diez tesis urgentes sobre el nuevo extractivismo: contextos y demandas bajo el progresismo sudamericano actual. Trabalho-Alternativas a uma economia extractivista, CAAPP & CLAES, Quito, 2009. Disponível em: http://www.ambiental.net/publicaciones/GudynasNuevoExtractivismo10Tesis09x2.pdf. Acesso em: 21 set. 2016.
GUDYNAS, Eduardo. Estado compensador y nuevos extractivismo. Las ambivalências del progresismo sudamericano. Revista Nueva Sociedad n. 237, enero-febrero de 2012. Disponível em: http://www.nuso.org/upload/articulos/3824_1.pdf. Acesso em: 21 set. 2016.
MILANEZ, Bruno. O novo marco legal da mineração: contexto, mitos e riscos. In: MALERBA. Juliana (Org.). O Novo marco legal da mineração no Brasil: Para que? Para quem? v.1, Rio de Janeiro: Federação de Órgãos para a Assistência Social e Educacional, 2012.
MILANEZ, Bruno; SANTOS, R. S. P.. Neoextrativismo no Brasil? Uma análise da proposta do novo marco legal da mineração. Revista Pós Ciências Sociais, v. 10, p. 119-148, 2013.
MIOLA, Massimo. Capitale Sociale e Tecnichedi tutela dei creditori. In: ROSSI, Guido. La società per azionioggi. Tradizione, attualità e prospetttive. Milão: Giuffrè.2007.
MUNHOZ, Eduardo Secchi. Empresa contemporânea e direito societário. São Paulo: Editora Juarez de Oliveira. 2002.
NEGRI, S. M. C. A., VERDE, R. G. V., FERREIRA, L. F., Arranjos empresariais plurissocietários e a violação de direitos humanos: análise do instrumental jurídico utilizado em casos envolvendo o Porto do Açu. 2015. In: II Seminário Internacional de Direitos Humanos e Empresas, Juiz de Fora, 2015.
PRADO, Viviane Muller. Grupos societários: análise do modelo da Lei 6.404/1976.In: Revista Direito GV, São Paulo, v. 1. n. 2, p. 005-028. Jun - dez 2005.
RIBEIRO, Maria de Fátima. A tutela dos credores sociais da sociedade por quotas e a “desconsideração da personalidade jurídica”. Coimbra: Almedina, 2009.
SERICK, Rolf. Apariencia y realidad en las sociedades mercantiles: el abuso de derecho por medio de la persona jurídica. Tradução de José Puig Brutau. Barcelona: Ediciones Ariel, 1958.
TEUBNER, Gunther. “Unitas Multiplex”: a organização do grupo de empresas como exemplo. In: Revista Direito GV, São Paulo, v. 1, n. 2, p. 077-109. jun-dez 2005.
VANDEKERCKHOVE, Karen. Piercing the Corporate Veil (European Company Law Series). New York: Wolter Kluwer, 2007.
ZUBIZARRETA, Juan Hernández; RAMIRO, Pedro. Contra la lex mercatória Propuestas y alternativas para desmantelar el poder de empresas transnacionales. Barcelona: Icaria. 2015.