DO TEXTO À IMAGEM
A REINVENÇÃO DE SIGNOS EM 'DOM CASMURRO' EM QUADRINHOS
DOI:
https://doi.org/10.34019/1983-8379.2025.v18.49532Palabras clave:
adaptação, Dom Casmurro, intertextualidade, narrativa visual, quadrinhosResumen
Este artigo é um recorte de dissertação de mestrado e propõe uma reflexão sobre as adaptações em quadrinhos da obra Dom Casmurro, de Machado de Assis, explorando como a transposição do texto verbal para o código verbo-visual atualiza o romance e amplia seus modos de recepção. A pesquisa adota uma metodologia qualitativa e interpretativa, com base em uma análise intersemiótica comparativa entre o romance machadiano e duas adaptações em quadrinhos, com foco nos elementos narrativos centrais — como o ponto de vista do narrador e a ambiguidade da personagem Capitu. Fundamentado nas teorias da adaptação de Linda Hutcheon (2013) e nos conceitos de intertextualidade de Julia Kristeva (1974) e Umberto Eco (1989), o estudo entende a adaptação como um diálogo criativo entre diferentes mídias e contextos. Argumenta-se que as HQs não apenas aproximam o clássico de novos leitores, mas também oferecem uma leitura crítica e estética que preserva a complexidade da obra original. Assim, Dom Casmurro reafirma-se como um clássico vivo, capaz de se renovar e ressoar em diversas formas e suportes, mantendo sua potência narrativa e o enigma que há mais de um século instiga leitores: Capitu traiu ou não?
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