UMA ANÁLISE PSICANALÍTICA SOBRE A ANGÚSTIA DA FINITUDE EM 'A MORTE DE IVAN ILITCH' DE LEON TOLSTÓI

Resumen

Este estudo investiga, sob a ótica da psicanálise freudiana, a angústia diante da morte a partir da análise da obra A morte de Ivan Ilitch, de Leon Tolstói. Partindo do pressuposto de que a literatura pode expressar simbolicamente os conflitos psíquicos humanos, a pesquisa propõe um diálogo entre teoria psicanalítica e narrativa literária para compreender os processos de defesa mobilizados frente à percepção da finitude. O estudo apoia-se especialmente nas contribuições de Sigmund Freud e seus comentadores. A metodologia adotada é qualitativa, exploratória e bibliográfica, com base na revisão de textos teóricos e na análise interpretativa da obra literária. Identificam-se, ao longo da narrativa, mecanismos defensivos como a negação e a racionalização, que, à medida que a morte se torna iminente, cedem espaço a um processo de elaboração subjetiva por parte do protagonista. A escolha da obra se deu sobretudo pela relevância do tema no cenário social contemporâneo, em que a morte, embora presente, segue sendo evitada no discurso cotidiano. Conclui-se que a leitura psicanalítica da obra permite uma compreensão mais aprofundada da angústia da morte, contribuindo não apenas para reflexões sobre o sofrimento humano, mas também sobre o sentido da vida e as elaborações possíveis diante da finitude.