I Have No Mouth And I Must Scream

DO CONTO AO JOGO ELETRÔNICO

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.34019/1983-8379.2025.v18.49510

Palabras clave:

estudo de jogos, ficção científica, quadrinhos, teoria dos polissistemas, transcodificação

Resumen

Este artigo examina os processos intersistêmicos e de transcodificação do conto “I Have No Mouth and I Must Scream” (1967), de Harlan Ellison, lançado também em quadrinhos, em 1995, e em jogo eletrônico, em 1995. Ancorado na teoria dos polissistemas de cultura (Even-Zohar), midiologia (Debray) e transcodificação (Manovich), o estudo demonstra como a interferência entre sistemas culturais distintos (literatura impressa, quadrinhos e jogos) redefine a obra. A HQ expande visualmente o universo distópico e o horror psicológico do conto através de sua linguagem visual. Já o jogo, ao exigir interatividade e agência do jogador —– repertório institucionalizado do sistema de jogos —–, subverte radicalmente a narrativa: desenvolve os passados dos personagens, introduz temas morais e múltiplos finais, incluindo um desfecho positivo inexistente no conto, incorporando novos elementos através de processos transcodificação. A análise evidencia como diferentes mídias ressignificam a mensagem, impondo transformações sistêmicas, enquanto a coexistência das versões forma um ambiente que realimenta o polissistema cultural. O caso ilustra a dinâmica intersistêmica, onde repertórios específicos remodelam a obra ao transcodificá-la.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Bianca Francischini Lisita, UFSCar

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Literatura da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em São Paulo, Brasil. Bolsista CAPES.

André Pithon, UFSCar

Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Literatura da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em São Paulo, Brasil. Bolsista CAPES.

Gabriel Henrique Gomes Ceschi, UFSCar

Graduando do curso de Licenciatura em Letras -Inglês da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em São Paulo, Brasil. Bolsista CNPq -PIBIC.

Citas

ALDISS, B. W. Billion year spree: the history of science fiction. Garden city, New York: Doubleday & Company, Inc, 1973.

AARSETH, E. J. Cybertext: perspectives on ergodic literature. Baltimore, Md.: Johns Hopkins University Press, 1997.

BOLTER, J. D.; GRUSIN, R. A. Remediation: understanding new media. Cambridge, Mass: MIT Press, 1999.

CANDIDO, A. Formação da literatura brasileira: momentos decisivos. 9. ed. Belo Horizonte - Rio de Janeiro: Editora Itatiaia Limitada, v. 1 e 2, 1957.

CYBERDREAMS. I have no mouth and I must scream. [S.l.]: Cyberdreams, 1995. Jogo Eletrônico.

COMPAGNON, A. Literatura para quê? Traduzido por Laura Taddei Brandini. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009.

ELLISON, H. “I have no mouth, and I must scream”. If: Worlds of Science Fiction, [S.l.], v. 17, n. 3, p. 115, 1967.

ELLISON, H. “Não tenho boca e preciso gritar”. ASIMOV, Isaac; WARLICK, Patricia; GREENBERG, Martin (org.). Máquinas que pensam. Porto Alegre: LPM, 1985, p. 175-187.

ELLISON, H. “I have no mouth, and I must scream”. Dream Corridor. Dark Side Books, n. 1-5, 1995a.

ELLISON, H. Apologia for temptation. In: ODOM, M. I Have No Mouth And I Must Scream: the official strategy guide, [S.l], 1995b, p. 9-15.

ELLISON, H. Harlan Ellison Interview. [Entrevista concedida a]: J. Michael Straczynski. I have no mouth and I must scream: the official strategy guide, [S.l], 1995c.

EVEN-ZOHAR, I. O “sistema literário”. Revista Translatio 4, pp. 22-45, 2013.

EVEN-ZOHAR, I. Polyssistem studies. 1. ed. University of Tel Aviv: Duke university Press, v. 11, 1990.

LEONARDO, E.M. A ficção científica nas décadas de 60 e 70 e Fausto Cunha. Campinas, Dissertação de Mestrado em História e Teoria Literária do Instituto de Estudos da Linguagem. 90 p. 2007.

JENKINS, H. Game design as narrative architecture. Computer. 44. 2002.

MANOVICH, L. The language of new media. Cambridge Massachusetts, London England: The MIT Press, 2001.

MANOVICH, L. Software takes command. New York: Bloomsbury Publishing Plc, 2013.

MERRICK, H. Fiction 1964-1979. In: The Routledge Companion to Science Fiction, orgs. Mark Bould, Andrew M. Butler, Sheryl Vint e Adam Roberts. Londres: Routledge, 2009, p. 102-111.

MCLUHAN, M. Understanding media: the extensions of man. London: The MIT Press, 1994.

MENEZES, T. G. DE. Augusto de Campos entre dois séculos: poeta concreto e digital. Dissertação, São Carlos: UFSCar, 2020.

MURRAY, J. H. Hamlet no holodeck: O futuro da narrativa no ciberespaço. Tradução de Elissa Khoury Daher e Marcelo Fernandez Cuzziol. São Paulo: Unesp, 2003.

NGUYEN, C. T. Games agency as art. New York: Oxford Press, 2020.

ROBERTS, A. A verdadeira história da ficção científica, Ed Seoman, 2018.

ROCHA, R. Uma proposta crítico-metodológica para a análise da literatura digital brasileira. Todas as Letras – Revista de Língua e Literatura, São Paulo, v. 25, n. 3, p. 1-17, set./dez. 2023.

THAMESTV. Harlan Ellison interview | Science Fiction Writer | Good Afternoon | 1976. Youtube, 7 de janeiro de 2018, 15min36s. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=DDxnsNw4FZI. Acesso em 23 jun. 2025

VASILIKARIS, G. Parallels and interactions between videogames and literature: analyzing Harlan Ellison’s I have no mouth and I must scream. Ex-centric Narratives: Journal of Anglophone Literature, Culture and Media, [S.l.], v.1, n.3, p. 214-224, 2019.

Publicado

2025-10-01

Cómo citar

FRANCISCHINI LISITA, B.; PITHON, A.; HENRIQUE GOMES CESCHI, G. I Have No Mouth And I Must Scream : DO CONTO AO JOGO ELETRÔNICO. DARANDINA REVISTELETRÔNICA, Juiz de Fora, v. 18, n. 2, p. 347–366, 2025. DOI: 10.34019/1983-8379.2025.v18.49510. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/darandina/article/view/49510. Acesso em: 5 dic. 2025.