OS MITOS E OS ARQUÉTIPOS LITERÁRIOS NO ROMANCE O TÚNEL, DE ERNESTO SABATO
DOI:
https://doi.org/10.34019/1983-8379.2024.v17.45792Palabras clave:
Arquétipos Literários, Mitos, O Túnel, Psicologia AnalíticaResumen
O presente artigo analisa a presença dos mitos e dos arquétipos literários no romance O Túnel (1948), do escritor argentino Ernesto Sabato (1911-2011), sob a perspectiva da Psicologia Analítica. Os mitos possuem um caráter pedagogizante que conduz o homem a conhecer a si próprio, ao assumir os papéis sociais que a literatura ficcionalmente ressignifica nos personagens. A obra de Sabato apresenta a confissão de um crime passional narrado pelo próprio assassino, o pintor Juan Pablo Castel, cujo perfil psicológico permite perceber a construção das imagens arquetípicas da sombra no texto literário, manifestadas no desequilíbrio emocional do personagem, na idealização da mulher amada e nos ciúmes exacerbados, característicos da Síndrome de Otelo. Para tanto, tomamos como base a sombra como fio condutor da narrativa sabatiana com as contribuições de Jung (2002, 2008, 2015), Hillman (2018), e Von Franz (1990, 2002). À vista disso, discutimos a função dos mitos como modelos fundadores da conduta humana, com os estudos de Bolen (2002), Campbell (1991, 2005), Durand (2004, 2019), Eliade (2004), Frye (1973, 2004) e Meletínski (1987, 2002), uma vez que esses autores propõem diálogos entre os mitos, literatura e Psicologia Analítica.
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