A RESSIGNIFICAÇÃO DA CONQUISTA DE BENGUELA NO ROMANCE A SUL. O SOMBREIRO, DE PEPETELA
Palavras-chave:
A sul. O sombreiro, Império, Literatura Angolana, Pepetela, PolifoniaResumo
Este artigo propõe uma leitura do romance A sul. O sombreiro, do escritor angolano Pepetela, publicado pela primeira vez em 2011. O livro dialoga com a História, contrapondo a escrita literária à narrativa colonial e ressignificando a narrativa oficial da Conquista de Benguela. A partir do conceito de Margarida Calafate Ribeiro, busca-se compreender as estratégias narrativas utilizadas pelo autor para deslocar o ideário de império como imaginação de centro. A demonstração de que o que se chamava império não era um território tão extenso, a revelação de que a Conquista se fez com degredados, a construção de dois protagonistas, o conquistador português Manuel Cerveira Pereira, fundador de Benguela, e o personagem fictício Carlos Rocha, negro angolano, e o uso de diferentes vozes narrativas demonstram um deslocamento em relação às narrativas coloniais que colocavam apenas os portugueses no centro da cena. Desse modo, o ideário narrativo colonial que coloca o império português como centro é reinterpretado.
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Referências
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