A RESSIGNIFICAÇÃO DA CONQUISTA DE BENGUELA NO ROMANCE A SUL. O SOMBREIRO, DE PEPETELA

Autores

Palavras-chave:

A sul. O sombreiro, Império, Literatura Angolana, Pepetela, Polifonia

Resumo

Este artigo propõe uma leitura do romance A sul. O sombreiro, do escritor angolano Pepetela, publicado pela primeira vez em 2011. O livro dialoga com a História, contrapondo a escrita literária à narrativa colonial e ressignificando a narrativa oficial da Conquista de Benguela. A partir do conceito de Margarida Calafate Ribeiro, busca-se compreender as estratégias narrativas utilizadas pelo autor para deslocar o ideário de império como imaginação de centro. A demonstração de que o que se chamava império não era um território tão extenso, a revelação de que a Conquista se fez com degredados, a construção de dois protagonistas, o conquistador português Manuel Cerveira Pereira, fundador de Benguela, e o personagem fictício Carlos Rocha, negro angolano, e o uso de diferentes vozes narrativas demonstram um deslocamento em relação às narrativas coloniais que colocavam apenas os portugueses no centro da cena. Desse modo, o ideário narrativo colonial que coloca o império português como centro é reinterpretado.

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Referências

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Publicado

2025-04-04

Como Citar

MAGALHÃES, A. C. M. de. A RESSIGNIFICAÇÃO DA CONQUISTA DE BENGUELA NO ROMANCE A SUL. O SOMBREIRO, DE PEPETELA. DARANDINA REVISTELETRÔNICA, Juiz de Fora, v. 17, n. 1, p. 108–123, 2025. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/darandina/article/view/46239. Acesso em: 25 abr. 2025.

Edição

Seção

Artigos - Publicação contínua