FRANKENSTEIN

A CRIADORA E A CRIATURA

Autores

  • Marcella Faria UnB

DOI:

https://doi.org/10.34019/1983-8379.2023.v16.40430

Palavras-chave:

Frankenstein, Mary Shelley, sonhos, trauma, Freud

Resumo

O presente artigo tem como finalidade analisar Frankenstein de Mary Shelley e seu processo de criação à luz dos estudos de Sigmund Freud sobre os sonhos, uma vez que a inspiração para o livro surgiu de um pesadelo e a autora parece ter ressuscitado suas perdas e seus traumas por meio de sua escrita. Para tanto, descreveram-se experiências da vida de Shelley refletidas nessa obra, bem como os sonhos presentes no romance. A análise dos elementos freudianos, assim como os estudos sobre os sonhos, revela que o monstro de Frankenstein pode representar os impulsos sombrios reprimidos por seu criador, o cientista Victor Frankenstein. O estudo também enfoca os papéis maternos e paternos na criação do monstro e destaca a relevância da obra nos tempos atuais, alertando sobre os perigos da ambição humana desmedida. O resultado permitiu concluir que a criação de Shelley poderia ser uma manifestação do seu próprio subconsciente. Logo, o romance não é apenas uma advertência sobre os perigos da ciência, mas também uma exploração psicológica da psique humana e das consequências de reprimir desejos profundos. Por fim, verificou-se que a ação criativa de Shelley levou à internalização de um trauma e à repetição dele em uma forma artística.

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Biografia do Autor

Marcella Faria, UnB

Doutoranda em Literatura e Práticas Sociais pela Universidade de Brasília (UnB), Brasil. Graduada em Letras Inglês e Mestre em Literatura e Práticas Sociais pela mesma instituição. Bolsista CAPES.
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3744-9632

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Publicado

2023-09-14

Como Citar

FARIA, M. FRANKENSTEIN: A CRIADORA E A CRIATURA. DARANDINA REVISTELETRÔNICA, Juiz de Fora, v. 16, n. 1, p. 204–220, 2023. DOI: 10.34019/1983-8379.2023.v16.40430. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/darandina/article/view/40430. Acesso em: 27 abr. 2024.