MARIANNA ALCOFORADO ANGUSTIADA, POR ADÍLIA LOPES
DOI:
https://doi.org/10.34019/1983-8379.2024.v17.45181Palavras-chave:
Adília Lopes, angústia, espera, poesia contemporânea, teoria psicanáliticaResumo
Este artigo propõe uma leitura em diálogo com a psicanálise das obras O Marquês de Chamilly (1987) e O Regresso de Chamilly (2000) da poeta portuguesa contemporânea Adília Lopes – ambas escritas como provocação às Cartas Portuguesas, publicadas no século XVII e atribuídas à freira Marianna Alcoforado. O objetivo do artigo é analisar a angústia presente nessas reescritas, quando a espera da freira pelo Marquês de Chamilly e o imaginário do amor cortês, imbuem-se da ironia moderna, característica notada por críticos da obra de Adília como Rosa Maria Martelo (2010). Para tal análise, nos deteremos, sobretudo, no afeto da angústia e suas implicações na escrita, recorrendo à teoria psicanalítica em Freud [(1917), (1926) 2014], que a descreve em termos de uma reação ao perigo, e a comentários de Lacan [(1962-3) 2005], voltados para os atributos dos objetos que produziriam reações de defesa, de ataque ou fuga, considerando, ainda, o que o psicanalista francês revolveu a respeito das heranças do amor infeliz para a modernidade.
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Referências
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