AS DUAS IRMÃS DE PÉRSEFONE
A RECEPÇÃO DE SYLVIA PLATH
DOI:
https://doi.org/10.34019/1983-8379.2023.v16.40827Palavras-chave:
Sylvia Plath, recepção, Perséfone, poesiaResumo
O presente artigo tem como objetivo discutir o poema “As Duas Irmãs de Perséfone”, da autora estadunidense Sylvia Plath. Buscarei identificar qual sua recepção do mito de Perséfone e as possíveis referências utilizadas pela poeta, bem como os aspectos que enquadram o poema no conceito de “Abjeção”, da filósofa francesa Julia Kristeva. O uso de temas e elementos clássicos foi recorrente na obra de Plath, embora essa faceta de seu trabalho tenha sido ofuscada por análises que favorecem os aspectos autobiográficos de sua escrita. Leituras atuais, como a de Holly Ranger, privilegiam a associação de Plath aos movimentos literários da poesia Confessional e do Revisionismo Mítico, iniciados na década de 1960. No Revisionismo Mítico diversas autoras, como Anne Sexton e Margareth Atwood, reivindicavam o uso dos clássicos, um terreno intelectual até então predominantemente masculino. No poema “As Duas Irmãs de Perséfone” (1956), Plath demonstra grande conhecimento das fontes primárias clássicas, como Virgílio e Ovídio. Ainda assim, explorando a dualidade da deusa, a autora ativamente busca modificar a personagem de Perséfone de modo a ilustrar um anseio de seu e contexto cultural da segunda onda do feminismo: a aparente incompatibilidade entre os papéis de mãe/esposa e o de profissional e intelectual.
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