v. 5 n. 1 (2021): Responsabilidade Empresarial à luz do Sistema Interamericano de Direitos Humanos
Responsabilidade Empresarial à luz do Sistema Interamericano de Direitos Humanos

Negociando a responsabilização por violações de direitos humanos: o caso do acordo Volkswagen do Brasil

Juan Pablo Bohoslavsky
Universidad de Salamanca | Salamanca, Espanha
Biografia
Juan Cruz Goñi
Universidad de Buenos Aires | Buenos Aires, Argentina
Biografia

Publicado 2021-06-30

Palavras-chave

  • Volkswagen,
  • Brasil,
  • Cumplicidade,
  • Direitos Humanos,
  • Empresas,
  • Justiça de Transição,
  • Sistema Interamericano
  • ...Mais
    Menos

Como Citar

Bohoslavsky, J. P., & Goñi, J. C. (2021). Negociando a responsabilização por violações de direitos humanos: o caso do acordo Volkswagen do Brasil. Homa Publica - Revista Internacional De Derechos Humanos Y Empresas, 5(1), e:075. Recuperado de https://periodicos.ufjf.br/index.php/HOMA/article/view/34296

Resumo

Este artigo analisa criticamente as implicações do recente acordo firmado entre a Volkswagen (VW) do Brasil e o Ministério Público Federal, que encerra as ações civis movidas por vítimas da ditadura brasileira que alegaram a cumplicidade de seu empregador em graves violações dos direitos humanos. Para entender o comportamento cúmplice das empresas, primeiramente são explicadas as políticas econômicas impostas durante as ditaduras na região e apresentados os avanços alcançados em termos de responsabilidade pela cumplicidade empresarial. Os antecedentes e o escopo do acordo da VW do Brasil são descritos à luz dos objetivos da justiça de transição. A seguir, são apresentadas as normas de direitos humanos aplicáveis ​​ao caso, com ênfase nas interamericanas, para posteriormente discutir os desafios e complexidades que apresentam negociações e acordos no domínio da cumplicidade empresarial. Ao analisar as potencialidades e limitações das negociações relacionadas aos casos de cumplicidade empresarial, conclui-se que o valor da indenização pode não só cumprir o papel de reparar as vítimas de violações de direitos humanos, mas também adquirir um significado relevante em termos de punição para os responsáveis e como garantia de não repetição.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

  1. Augenstein, D. (2018). Torture as Tort? Transnational Tort Litigation for Corporate-Related Human Rights Violations and the Human Right to Remedy. Human Rights Law Review. Disponible en: https://ssrn.com/abstract=3200553
  2. Almeida de Carvalho Silva, M. (2021). A Volkswagen e a Ditadura: A fábrica de violência da multinacional alemã durante o regime civil-militar brasileiro. Rio de Janeiro. Ed. Consequência (en prensa).
  3. Basualdo, E. y Basualdo, V. (2021). Confronting Labor Power: Ford Motor Argentina and the Dictatorship (1976-1983). En: Victoria Basualdo, Hartmut Berghoff y Marcelo Bucheli (eds.). Big Business and Dictatorships in Latin America: A Transnational History of Profits and Repression. Palgrave Macmillan, pp. 215-236.
  4. BBC (2020). Volkswagen: la "histórica" disculpa y la indemnización del fabricante alemán de autos por entregar a sus trabajadores "subversivos" al gobierno militar de Brasil hace 50 años. 28 de septiembre de 2020. Disponible en https://www.bbc.com/mundo/noticias-america-latina-54288272
  5. Bohoslavsky, J. P. (2020). Corporate Responsibility for Complicity in International and Comparative Law. En: Juan Pablo Bohoslavsky, Karinna Fernández y Sebastián Smart (eds.), Pinochet's Economic Accomplices. An Unequal Country by Force. Lexington Books, pp. 375-388.
  6. Bohoslavsky, J. P. y Torelly, M. (eds.) (2016). Dossiê: Cooperação Econômica com a Ditadura. Revista Anistia Política e Justiça de Transição. (10). Ed. Especial.
  7. Braithwaite, J. (2006). Crime, shame and reintegration. Cambridge University Press.
  8. Bresser-Pereira, L. C. (2016). Modelo exportador de manufaturados e crescimento no regime de 1964. Revista Anistia. (10). p. 477.
  9. Carillo Santarelli, B. (2016). La responsabilidad internacional de las empresas por complicidad en violaciones graves de derechos humanos. En: Juan Pablo Bohoslavsky (ed.). El negocio del terrorismo de Estado. Los cómplices económicos de la dictadura uruguaya. Penguim Random House - Debate, Montevideo. pp. 233-262.
  10. Cassel, D. (2008). Corporate Aiding and Abetting of Human Rights Violations: Confusion in the Courts. Northwestern University Journal of International Human Rights, Vol. 6.
  11. De Schutter, O. (2021). Towards a social economy: The next generation of the Guiding Principles on Business and Human Rights. Business & Human Rights Resource Centre. Disponible en https://www.business-humanrights.org/en/blog/towards-a-social-economy-the-next-generation-of-the-guiding-principles-on-business-and-human-rights/
  12. CIDH (Comisión Interamericana de Derechos Humanos) (2014). Derecho a la verdad en América. OEA/Ser.L/V/II.152.
  13. CIJ (Comisión Internacional de Juristas) (2008). Complicidad empresarial y responsabilidad legal. Informe del Panel de Expertos Juristas de la Comisión Internacional de Juristas sobre Complicidad Empresarial en Crímenes Internacionales. Vols. 1, 2 y 3, Ginebra.
  14. CPI (Corte Penal Internacional) (2017). Escrito de amicus curiae de la Fiscal de la Corte Penal Internacional sobre la Jurisdicción Especial para la Paz, ante ante la Corte Constitucional de la República de Colombia.
  15. Christie, N. (1992). Los Conflictos como Pertenencia. En: VV.AA., De los Delitos y de las Víctimas. Editorial Ad-Hoc.
  16. Comisión Nacional de la Verdad (2014). Relatório. Brasilia.
  17. De Greiff, P. (2006). Justice and Reparations. En: Pablo de Greiff (ed.), The Handbook of Reparations. Oxford University Press.
  18. Eizenstat, S. (2004), Imperfect Justice. Looted Assets, Slave Labor, and the Unfinished Business of World War II. Perseus Books Group.
  19. Fernández, K. y Magadalena Garcés Fuentes (2020). Pesquera Arauco and Colonia Dignidad. En: Juan Pablo Bohoslavsky, Karinna Fernández y Sebastián Smart (eds.), Pinochet's Economic Accomplices. An Unequal Country by Force. Lexington Books. pp. 343-357.
  20. GTEDH (Grupo de Trabajo sobre Empresas y Derechos Humanos de la ONU) (2020). Informe sobre Derechos humanos y las empresas transnacionales y otras empresas por conflictos: hacia el aumento de las medidas. UN Doc. A/75/212.
  21. Iglesias, D. M. (2020). Estándares interamericanos sobre empresas y derechos humanos: Nuevas perspectivas para la conducta empresarial responsable en las Américas. Anuario de Derechos Humanos, 6(2), pp. 347-379.
  22. Klein, N. (2014). La doctrina del shock: El auge del capitalismo del desastre. Paidós.
  23. Kopper, C. (2021). Business as Usual Under a Military Regime? Volkswagen Do Brazil and the Military Dictatorship in Brazil (1964-1980). En: Victoria Basualdo, Hartmut Berghoff, Marcelo Bucheli, y Manfred Grieger (eds.), Big Business and Dictatorships in Latin America: A Transnational History of Profits and Repression, Palgrave Macmillan, pp. 319-344.
  24. Kopper, C. (2017). VW do Brasil in the Brazilian Military Dictatorship 1964-1985 A Historical Study. Volkswagen Aktiengesellschaft Wolfsburg.
  25. Michalowski, S. et al. (2018). Entre coacción y colaboracion. Verdad judicial, actores económicos y conflicto armado en Colombia. Colección Dejusticia.
  26. MJDH et al (2015). Responsabilidad empresarial en delitos de lesa humanidad. Ministerio de Justicia y Derechos Humanos de la Nación. Buenos Aires.
  27. Nagel, T. (1989). State Crimes: Punishment or Pardon. Artículos e Informe de la Conferencia organizada por el Programa de Justicia y Sociedad. Queenstown, MD, Wy Centre, Aspen Institute.
  28. Núcleo Memória (2019). Galeria Prestes Maia, no centro de SP, vai virar Museu dos Direitos Humanos. Disponible en https://www.nucleomemoria.com.br/direitos-humanos/galeria-prestes-maia-no-centro-de-sp-vai-virar-museu-dos-direitos-humanos
  29. Payne, L., Pereira, G. y Bernal-Bermúdez, L. (2020). Transitional Justice and Corporate Accountability from Below. Deploying Archimedes' Lever. Cambridge University Press.
  30. Prado Soares, I. V. y Fecher, V. (2016), Empresas privadas e violações aos direitos humanos: Possibilidades de responsabilização pela cumplicidade com a ditadura no Brasil. Revista Anistia. (10).
  31. Ramasastry, A. (2002). Corporate Complicity: From Nuremberg to Rangoon - An Examination of Forced Labor Cases and Their Impact on the Liability of Multinational Corporations, Berkeley Journal of International Law, Vol. 20, pp. 91-159.
  32. Relatoría DESCA. (2019). Empresas y derechos humanos: Estándares interamericanos. CIDH/REDESCA/INF.1/19.
  33. Rotht-Arriaza, N. (2016). Why Was the Economic Dimension Missing for So Long in Transitional Justice? An Exploratory Essay. En: Horacio Verbitsky y Juan Pablo Bohoslavsky (eds.), The Economic Accomplices to The Argentine Dictatorship. Outstanding Debts, Cambridge University Press, pp. 19-28.
  34. Wettstein, F. (2010). The Duty to Protect: Corporate Complicity, Political Responsibility, and Human Rights Advocacy. Journal of Business Ethics, Vol. 96, No. 1, pp. 33–47.
  35. Wettstein, F. (2012). Silence as Complicity: Elements of a Corporate Duty to Speak Out Against the Violation of Human Rights. Business Ethics Quarterly. 22(1). pp. 37-61.