Reescrita do mundo e de si: uma análise de Comment peut-on être français ? de Chahdortt Djavann.
DOI:
https://doi.org/10.34019/1982-0836.2024.v28.46122Palabras clave:
PALAVRAS-CHAVE: Literatura-mundo. Chahdortt Djavann. Autoficção. Escritas de si.Migrações linguístico-literárias.Resumen
RESUMO: O final do século XX assistiu ao fortalecimento de temas como a subjetividade e o multiculturalismo na estética e na crítica literárias. Na contramão desse processo, o movimento por uma literatura-mundo procurou reatualizar conceitos globalizantes na escrita e se opor a uma concepção estanque de identidade, tendo como principais expoentes escritores e escritoras de expressão francesa. Partindo desse contexto, o presente artigo se propõe a analisar o romance Comment peut-on être français ? (2006) da autora de origem iraniana Chahdortt Djavann, situando-o na defesa dessa literatura-mundo, mas também relacionando-o aos novos embates sobre a subjetividade e a escrita de si (Klinger, 2006) que emergem no século XXI. Conectando literatura-mundo e elementos biográficos, o texto elabora, por fim, questionamentos e possíveis respostas sobre a identidade e a disjunção entre autor, narrador e personagem na escrita de Comment peut-on être français ?, abordando o subjetivo e o universal[1] como espaços de indefinição, ausência e contato no romance (Alvares, 2007).
[1] O conceito de universal é aqui apresentado como a ausência dos conteúdos de cultura, ou seja, como um espaço de indefinição e falta no qual toda a humanidade se insere, independentemente de sua singularidade (Alvares, 2007). “L’universel dont il s’agit n’est pas l’ensemble des formes et des contenus d’une culture quelconque mais l’universel négatif” (ibid, p.08).
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Citas
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