AS VIVÊNCIAS DAS CRIANÇAS AUTISTAS, SUAS FAMÍLIAS E OS ESPAÇOS ESCOLARES NA CIDADE DE MONTES CLAROS/ MG

Resumen

Este artigo é um recorte de uma pesquisa de doutorado e tem por objetivo investigar e analisar as vivências das crianças autistas, em interface com as relações familiares e os espaços escolares, no município de Montes Claros/MG. Justifica-se, principalmente, pela urgência de compreender como essas crianças têm constituído suas subjetividades em meio às relações familiares e aos espaços escolares. A metodologia utilizada é qualitativa e descritiva, sendo o universo da pesquisa constituído por quatro crianças autistas, quatro escolas municipais e suas famílias. Os dados foram produzidos a partir da transcrição dos diários de campo, das observações realizadas com as crianças nos espaços escolares e das narrativas de suas mães e responsáveis. Após a análise dos fenômenos, segundo o paradigma indiciário de Ginzburg, emergiram três fontes de interpretação: as relações familiares e o desenvolvimento da criança; o espaço escolar e a inclusão; e o processo de subjetividade e as afetividades. Os resultados indicaram que essas crianças ocupam, cada vez mais, espaços na sociedade e que são reconhecidas em seus direitos e suas demandas, não obstante os caminhos e os descaminhos históricos que as têm constituído. Os desafios ainda são significativos, pois as políticas públicas educacionais de inclusão e o discurso biomédico ainda tensionam as relações entre as demandas que não são assistidas e os velhos ideários de normatização dos corpos infantis.