MELANCOLIA E SUBJETIVIDADE
A REPRESENTAÇÃO DA MATERNIDADE NO CONTO MONÓLOGO, DE SIMONE DE BEAUVOIR
DOI:
https://doi.org/10.34019/1983-8379.2024.v17.45852Palabras clave:
Maternidade, Melancolia, Simone de Beauvoir, SubjetividadeResumen
O discurso da maternidade é recorrente na obra de Simone de Beauvoir, no ensaio O segundo sexo (1949), a autora já abordava a maternidade como sendo mais do que um fenômeno biológico, ação de pôr uma criança no mundo ou o ato de ser mãe. Para Beauvoir, a maternidade pode ser entendida como um fenômeno social e cultural, partindo de que os papéis sociais de mulheres e homens são construídos discursivamente. Neste contexto, analisamos o conto Monólogo, o segundo da coleção La Femme Rompue, publicada por Beauvoir em 1967, para reconhecer na literatura feminista, as formas de representações, imaginários, subjetividades do que é “ser mãe” em uma sociedade patriarcal. Este conto oferece um mergulho profundo na subjetividade e na melancolia da narradora-protagonista, Murielle, que utiliza um fluxo de consciência intenso e desordenado para relatar sua história e experiência materna. Beauvoir, através da subjetividade e da melancolia na narrativa de Murielle, oferece uma reflexão crítica sobre a experiência feminina e a maternidade. Deste modo recorremos as obras da psicanálise Luto e Melancolia (1917) de Freud, Sol negro: depressão e melancolia (1989) de Julia Kristeva, para compreendermos como se constitui o melancólico e os discursos na narrativa escrita por Beauvoir.
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