NINGUÉM NASCE PANDORA

Autores

  • Luciano Heidrich Bisol UFRGS
  • José Ricardo da Costa UFRGS

DOI:

https://doi.org/10.34019/1983-8379.2023.v16.40995

Palavras-chave:

Pandora, Hesíodo, Teogonia, Os trabalhos e os dias, Helena

Resumo

A tradição literária que segrega a mulher remete-nos ao século VII a.C. quando o aedo Hesíodo apresentou a primeira mulher, Pandora, como um belo mal, kalós kakós, uma agente da emissão dos males que afligem a humanidade, narrativa presente em dois poemas, Teogonia e Os trabalhos e os dias. O presente artigo busca recuperar dois estágios decisivos para o construto do mito da femme fatale, entre as representações de Pandora nos poemas de Hesíodo em contraste com a de Helena em As Troianas (c. 415 a.C.) de Eurípides. Os resultados da pesquisa indicam essa aproximação e o artigo defende que há traços arquetípicos comuns entre os dois mitos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luciano Heidrich Bisol, UFRGS

Doutor em Letras (Teoria, Crítica e Comparatismo) pelo PPG LETRAS da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2021), Mestre em Literatura Comparada (Línguas e Literaturas Clássicas ) pelo PPG LETRAS da Universidade Federal do Ceará (2016)  – Brasil. Membro da Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1739-2613.

José Ricardo da Costa, UFRGS

Doutor em Letras na Área de Estudos de Literatura/Pós-Colonialismo e Identidades, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Possui mestrado na área de Estudos de Literatura, em Literaturas Portuguesa e Luso-Africanas, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS / 2016); especialização em Linguagem e Docência pela Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA / 2014) e graduação em Letras, com habilitação em Português, Inglês e Respectivas Literaturas pela Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA / 2013). Seus interesses de pesquisa atuais situam-se em torno dos seguintes temas: literaturas pós-coloniais e identidades; poéticas da diáspora afro-brasileira, poesia portuguesa e luso-africana, mitologia comparada e poéticas orais. Atua ainda como poeta e contador de histórias.
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4974-0830

Referências

BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo. Tradução de Sérgio Milliet. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.

DETIENNE, Marcel; VERNANT, Jean-Pierre. Cunning intelligence in Greek culture and society. Chicago: Chicago University, 1991.

DUMÈZIL, Georges. Le festin d’immortalité: étude the mythologie commparée indo-européenne. Paris: Librairie Orientaliste Paul Geuthner, 1924.

ELIADE, Mircea. Mito e realidade. Tradução de Pola Civelli. São Paulo: Perspectiva, 1972.

ELIADE, Mircea. Mito do eterno retorno. Tradução de José A. Ceschin. São Paulo: Mercuryo, 1992.

EURÍPIDES. Troades. Ed. David Kovacs. Oxford University, 2018.

EURÍPIDES. Duas tragédias gregas: Hécuba e Troianas. Tradução de Christian Werner. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

HESÍODO. Os trabalhos e os dias. Tradução de Alessandro Rolim de Moura. Curitiba: Sugesta, 2012.

HESÍODO. Teogonia. Tradução de Christian Werner. São Paula: Hedra, 2013.

JACKSON, Michel. Dangerous. Direção: Bill Bottrell. New York: Epic Records/ Sony Music, 1991.

JUNG, Carl Gustav. Os arquétipos e o inconsciente coletivo. Tradução Maria Luíza Appy, Dora Mariana R. Ferreira da Silva. Petrópolis: Vozes, 2000.

LORAUX, Nicole. The Children of Athena: Athenian ideas about citizenship and the division between the sexes. Translated by Caroline Levine. Princeton: Princeton University, 1993.

MELETÍNSKI, Eleázar M. Os arquétipos literários. Tradução de Aurora Fornoni Benardini, Homero Freitas de Andrade e Arlete Cavaliere. Cotia: Ateliê, 2015.

POMEROY, Sarah. Godesses, whores, wifes and slaves. New York: Schocken, 1995.

SCHMIDT, Werner. Introdução ao antigo testamento. Tradução de Geraldo Korndörfer. São Leopoldo: Oikos, 2009.

VERNANT, Jean-Pierre. Myth and society in Ancient Greece. Trad. Janet Lloyd. New York. Zone Books, 1990.

VERNANT, Jean-Pierre. Semblances of Pandora: imitation and identity. Translated by Froma Zeitlin. Critical Inquiry. Chicago, v. 37, n. 3. p. 404-418. 2011.

WEST, Martin L. Hesiod, Theogony: edited with prolegomena and commentary. Oxford: Oxford Claredon, 1966.

ZEITLIN, Froma. Playing the Other: gender and society in classical greek literature. Chicago: Chicago University, 1996.

Downloads

Publicado

2023-09-14

Como Citar

HEIDRICH BISOL, L.; RICARDO DA COSTA, J. NINGUÉM NASCE PANDORA. DARANDINA REVISTELETRÔNICA, Juiz de Fora, v. 16, n. 1, p. 57–71, 2023. DOI: 10.34019/1983-8379.2023.v16.40995. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/darandina/article/view/40995. Acesso em: 5 dez. 2024.