Geopolítica do turismo: conceitos teóricos e contextos práticos

Oleg E. Afanasiev

doi:10.5281/zenodo.10436784

Autores

Oleg E. Afanasiev Professor na Universidade Estatal Russa de Turismo e Serviços (Rússia, Moscou). https://orcid.org/0000-0003-3904-7028

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.10436784

Palavras-chave:

Turismo e geopolítica, Geopolítica do turismo, Conceitos geopolíticos do turismo, Estratégia turismo-geopolítica do estado, turismo como “pontos de bifurcação” políticos

Resumo

O artigo discute o papel da indústria do turismo e hospitalidade nos processos geopolíticos do mundo moderno. Com base em muitos exemplos, podemos argumentar que hoje a indústria do turismo e hospitalidade é uma das ferramentas mais poderosas para a influência geopolítica, um fator na estratégia internacional no “tabuleiro de xadrez mundial”. Podemos falar da formação da “geopolítica do turismo” - uma nova direção científica interdisciplinar, focada no estudo do lugar, papel, funções e impacto do turismo como uma forma de influência pelos estados (econômica, política, cultural, etc.) no ambiente político externo. Além disso, a geopolítica do turismo pode ser considerada como uma das maneiras de organizar de forma ideal o espaço do próprio país (interétnico, cultural, demográfico, econômico, político, etc.) no ambiente doméstico. O artigo tenta compreender a esfera do turismo como um ator geopolítico das relações internacionais modernas (objeto de estudo) e considerar suas formas integrativas e ferramentas geopolíticas (sujeito de estudo). Nós sistematizamos a discussão, a organizamos e a sintetizamos em 7 conceitos e justificamos as principais formas e instrumentos de influência da indústria do turismo como um ator geopolítico: 1) o turismo como uma forma de poder suave [soft power], 2) mundo aberto (sistema mundial de turismo global), 3) turismo como uma forma de colonialismo neoliberal (neocolonialismo), 4) mundos e regiões de turismo como o “sistema mundial”, 5) overturismo como base do conceito geopolítico de “antipluralismo cultural”, 6) turismo nacional (interno) como conceito geopolítico do “mundo fechado”, 7) turismo como vitrine da estrutura socioeconômica e política. A partir da análise realizada, pode-se concluir que o turismo tornou-se uma importante força geopolítica que possui seus próprios instrumentos de influência de um país sobre outro para alcançar seus objetivos na arena da política externa. Pode-se afirmar que se formou um campo científico independente - a geopolítica turística - com seus próprios conceitos e metodologia. É importante começar a estudar essa área para entender os mecanismos e ferramentas de desenvolvimento.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Oleg E. Afanasiev, Professor na Universidade Estatal Russa de Turismo e Serviços (Rússia, Moscou).

Doutorado em Ciências Geográficas (Dr.Sc.) / Universidade Nacional de T. Shevchenko Kiev (Ucrânia, 2013). Doutorado em Ciências Geográficas / Universidade Nacional de T. Shevchenko Kiev (Ucrânia, 2007). Mestrado em Ciências Geográficas / Universidade Nacional de O. Honchar Dnipropetrovsk (Ucrânia, 2002). Graduação em Geografia / Universidade Nacional de O. Honchar Dnipropetrovsk (Ucrânia, 2001). Professor na Universidade Estatal Russa de Turismo e Serviços (Rússia, Moscou). Editor-Chefe das Revistas Científicas: Serviço e Turismo: Desafios Atuais [Service and Tourism: Current Challenges] e Serviços na Rússia e no Exterior [Services in Russia and Abroad]. Orcid Id: 0000-0003-3904-7028. CV: https://rgutspubl.org/index.php/1/afanasiev [ dneprgeo@gmail.com ]

Referências

Afanasiev, O. E. (2022). Tourism and geopolitics: Contexts, concepts and significance for the modern hospitality industry. Sovremennye problemy servisa i turizma [Service and Tourism: Current Challenges], 16(1), 7–23. doi: 10.24412/1995-0411-2022-1-7-23. (In Russ.).

Afanasiev, O., Afanasieva, A. V., Sarancha, M. A., & Oborin, M. S. (2020). The Territory of the Country as an Object of Tourist Safety: Global Practice and the Case of Russia. In book: M. E. Korstanje, & H. Seraphin (Eds.). Tourism, Terrorism and Security. Bingley: Emerald Publishing Limited, 63-87. doi: 10.1108/978-1-83867-905-720201005.

Aigina, E. V., & Novikova, E. Yu (2017). Hallju-turizm (Korejskaja volna) kak novoe napravlenie razvitija turizma v Respublike Koreja [Hallyu tourism («Korean Wave») as a new trend for tourism development in the Republic of Korea]. Vestnik RMAT [Vestnik RIAT], 1, 140–145. (In Russ.).

Aleksandrova, A. Yu., & Shipugina, M. V. (2019). Mezhdunarodnyj turizm kak instrument geopoliticheskogo vozdejstvija mjagkoj sily [International tourism as a tool for the geopolitical impact of soft power]. In coll.: Turizm i rekreacija: fundamental'nye i prikladnye issledovanija [Tourism and recreation: fundamental and applied research]: Proceedings of the XIV Intern. scientific-practical. conf., 25 April. Moscow: Dialogue of cultures, 14, 34–40. (In Russ.).

Aleksandrova, A. Yu., & Shipugina, M. V. (2020). Mezhdunarodnyj turizm kak geopoliticheskaja sila [International tourism as a geopolitical force]: A monograph. Moskva; Berlin: Direkt-Media. (In Russ.).

Baykova, I. M., Bogoljubova, S. A., & Orlovskaya, V. P. (2019). Mezhdunarodnaja geopolitika v turizme [International geopolitics in tourism]. St. Petersburg: Изд-во SPbSUE Publ. (In Russ.).

Beirman, D. (2006). A Comparative Assessment of Three Southeast Asian Tourism Recovery Campaigns: Singapore Roars: Post SARS 2003, Bali Post-the October 12, 2002 Bombing, and WOW Philippines 2003. In: Y. Mansfeld, & A. Pizam (Eds.). Tourism, Security and Safety. Burlington: Elsevier-Butterworth-Heinemann, 251-270. doi: 10.1016/B978-0-7506-7898-8.50021-7.

Blunden, M. (2012). Geopolitics and the Northern Sea Route. International Affairs, 88, 115-129.

Burns, P. M., & Novelli, M. (Eds.). (2007). Tourism and Politics: Global Frameworks and Local Realities. Amsterdam: Elsevier.

Butler, R., & Suntikul, W. (Eds.). (2010). Tourism and Political Change. Oxford: Goodfellow.

Cañada, E. (Ed.). (2019). Tourism in the Geopolitics of the Mediterranean. Barcelona: Alba Sud. Contrast Reports Serie, 9.

Coca, N. (2018). Chinese Tourists Are Beijing’s Newest Economic Weapon. Palau is the latest nation to find that offending China means empty hotels. Foreign Policy. URL: https://foreignpolicy.com/2018/09/26/chinese-tourists-are-beijings-newest-economic-weapon/.

Dinnie, K. (Ed.). (2011). City Branding: Theory and Cases. London: Palgrave Macmillan.

Dowler, L. (2013). Waging hospitality: feminist geopolitics and tourism in West Belfast Northern Ireland. Geopolitics, 18(4), 779-799.

Franklin, A. (2004). Tourism as an ordering: towards a new ontology of tourism. Tourist Studies, 4(3), 277-301.

Fregonese, S., & Ramadan, A. (2015). Hotel geopolitics: a research agenda. Geopolitics, 20(4), 793-813.

Gagnon, S. (2007). Lintervention de l'état québécois dans le tourisme entre 1920 et 1940 ou la mise en scéne géopolitique de l’identité canadienne frangaise. Herodote, 127, 151-205. (In Fr.).

Gotham, K. F. (2005). Tourism gentrification: the case of New Orleans’ Vieux Carre (French Quarter). Urban Studies, 42(7), 1099-1121.

Hall, C. M. (1994). Tourism and Politics. Chichester: Wiley.

Hall, C. M. (2017a). Tourism and Geopolitics: The Political Imaginary of Territory, Tourism and Space. In book: D. Hall (Ed.). Tourism and Geopolitics: Issues and Concept from Central and Eastern Europe. Wallingford: Cab International, 15-24.

Hall, D. (2017b). Bringing Geopolitics to Tourism. In book: D. Hall (Ed.). Tourism and Geopolitics: Issues and Concept from Central and Eastern Europe. Wallingford: Cab International, 3-14.

Hall, D. (2021). Tourism, Climate Change and the Geopolitics of Arctic Development: The Critical Case of Greenland. Wallingford: CABI.

Hall, D. (Ed.). (2017). Tourism and Geopolitics: Issues and Concepts from Central and Eastern Europe. Wallingford: Cab International.

Hazbun, W. (2008). Beaches, Ruins, Resorts: The Politics of Tourism in the Arab World. Minneapolis: University of Minnesota Press.

Herrera, L. M. G., Smith, N., Vera, M. A. M. (2007). Gentrification, displacement, and tourism in Santa Cruz de Tenerife. Urban Geography, 28(3), 276-298.

Higgins-Desbiolles, F. (2022). The ongoingness of imperialism: The problem of tourism dependency and the promise of radical equality. Annals of Tourism Research, 94, 103382. doi: 10.1016/j.annals.2022.103382.

Ho, E. L.-E. (2013). ‘Refugee’ or ‘returnee’? The ethnic geopolitics of diasporic resettlement in China and intergenerational change. Transactions of the Institute of British Geographers, 38(4), 599-611.

Huijbens, E. H., & Alessio, D. (2015). Arctic ‘concessions’ and icebreaker diplomacy? Chinese tourism development in Iceland. Current Issues in Tourism, 18(5), 433-449.

Isaac, R. K., Gakmak, E., & Butler, R. (Eds.). (2019). Tourism and Hospitality in Conflict-Ridden Destinations. Abingdon: Routledge.

Kristoffersen, B. (2014). ‘Securing’ geography: framings, logics and strategies in the Norwegian high north. In book: R. Powell, & K. Dodds (Eds.). Polar Geopolitics: Knowledges, Resources and Legal Regimes. Cheltenham: Edward Elgar, 131-148.

Krstev, V. (2016). Geopolitika i geostrategija na turizma [Geopolitics and Geostrategy of Tourism]. Varna: Nauka i ikonomika. (In Bul.).

MacLeod, D. V. L., & Carrier, J. G. (2010). Tourism, Power and Culture: Anthropological Insights. Bristol: Channel View.

Mostafanezhad, M., Azcárate, M. C., & Norum, R. (Eds.). (2021). Tourism Geopolitics: Assemblages of Infrastructure, Affect, and Imagination. Tucson: The University of Arizona Press.

Murphy, A. M., Bassin, M., Newman, D., Reuber, P., & Agnew, J. (2004). Is there a politics to geopolitics? Progress in Human Geography, 28, 619-640.

Nye, J. S. (2004). Soft Power. The means to success in world politics. NY.: Public Affairs.

Ostreng, W., Eger, K. M., Floistad, B., Jorgensen-Dahl, A., Lothe, L., & et al. (2013). Shipping in Arctic Waters: A Comparison of the Northeast, Northwest and Trans Polar Passages. Dordrecht: Springer.

Paasi, A., Prokkola, E.-K., Saarinen, J., & Zimmerbauer, K. (Eds). (2019). Borderless Worlds for Whom? Ethics, Moralities and Mobilities. Abingdon: Routledge.

Piganiol, V. (2021). Airbnb o la geopolítica (globalizada) de un alojamiento turístico en disputa. Desde su avasalladora llegada a la generalización de los conflictos. Via, 19. doi: 10.4000/viatourism.7010. (In Fr.).

Ratzel, F. (1897). Politische Geographie. München und Leipzig: R. Oldenbourg.

Rubanik, A. N., & Ushakov, D. S. (2010). Politicheskij i social'no-kul'turnyj defekty v’ezdnogo mezhdunarodnogo turizma [Political and socio-cultural defects of inbound international tourism]. In book: Tehnologii v’ezdnogo turizma [Inbound Tourism Technologies]. Rostov on Don: MarT; Feniks, 126-149. (In Russ.).

Saldanha, A. (2002). Identity, spatiality and post-colonial resistance: geographies of the tourism critique in Goa. Current Issues in Tourism, 5(2), 92-111.

Sharpley, R., Sharpley, J., & Adams, J. (1996). Travel advice or trade embargo? The impacts and implications of official travel advice. Tourism Management, 17(1), 1–7.

Sparke, M. B. (2006). A neoliberal nexus: economy, security and the biopolitics of citizenship on the border. Political Geography, 25(2), 151-180.

Su, X., & Teo, P. (2009). The Politics of Heritage Tourism in China: A View from Lijiang. London: Routledge.

Timothy, D. J. (2002). Tourism and Political Boundaries. Routledge, London.

Timothy, D. J. (2020). Tourism in European Microstates and Dependencies: Geopolitics, Scale and Resource Limitations. Wallingford: CABI.

Tribe, J. (2008). Tourism: a critical business. Journal of Travel Research, 46(3), 245–255.

Vetitnev, A., Chigarev, D., & Afanasiev, O. (2021). Overtourism and tourismphobia at a Russian resort. European Journal of Tourism Research, 28, 2812. doi: 10.54055/ejtr.v28i.2263