Turismo Religioso: o caso dialético do Jubileu de Conceição do Mato Dentro (Minas Gerais/Brasil) e da Mineração na região
Palavras-chave:
Turismo Religioso, Patrimônio Imaterial, Jubileu, MineraçãoResumo
O presente artigo trata da relação entre a euforia do turismo em Conceição do Mato Dentro – Brasil em torno de um patrimônio imaterial religioso denominado Jubileu do Senhor Bom Jesus do Matosinhos, a maior festa da cidade, e ao mesmo tempo do esvaziamento turístico causado pela presença do processo de mineração desde 2011. A presente pesquisa é de natureza antropológica e situa-se no campo dos estudos qualitativos descritivos ou exploratórios, tendo contado com a observação participante, entrevista aberta e contato direto. Os resultados mostram que, se por um lado a cidade recebe nos dez dias de festa, em torno de 40 mil romeiros, por outro descobre-se hoje com o problema do baixo fluxo de turistas ao longo do restante do ano, devido à degradação de atrativos turísticos culturais e ecológicos em face da mineração. Contudo, a partir da festa do Jubileu, inúmeros turistas relataram que passaram a visitar a cidade, independente do período das festas, para conhecerem outros atrativos culturais, fenômeno esse confirmado por comerciantes locais.Downloads
Referências
AUSTIN, DAVID Private and public: an archeological consideration of things’ in H. Hundsbicheler et al. Die Vielfalt der Dinge: Neue Wege zur Analyse mittelalterlicher Sachkultur, Vienna: The Austrian Academy of Arts, p. 163-206, 1998.
BARBOSA, W. A. Dicionário Histórico-Geográfico de Minas
Gerais. Belo Horizonte: Ed. Itatiaia. 1995.
BECKER, L. C.; PEREIRA, D. O Projeto Minas-Rio e o desafio do desenvolvimento territorial integrado e sustentado: a grande mina em Conceição do Mato Dentro. In: FERNANDES, F. R. C; ENRIQUEZ, M. A. R. S.; ALAMINO, R. C. J. (Ed) Recursos minerais e sustentabilidade territorial. Brasília: MCT-CETEM. 2011.
BOSI, E. Memória e sociedade: lembranças de velhos. São Paulo: Companhia das Letras. 1994.
BRASIL. MINISTÉRIO DO TURISMO. Turismo cultural: orientações básicas. Brasília, Ministério do Turismo.2008.
CHEVALIER, J.; GHEERBARANT, A. Dicionário dos símbolos. Lisboa: Teorema. 1994.
ECOLÓGICO. Projeto Responsável e Solidário. (16/02/2011). Disponível em http://www.revistaecologico.com.br/materia.php?id=29&secao=366&mat=376. Acesso em 08.09.2015.
ECOLÓGICO. b. Reconhecimento. Viguetti BeloHorizontino. (12/07/2011). Disponível http://www.revistaecologico.com.br/materia.php?id=34&secao=455&mat=465. Acesso em 08.09.2015.
ELIADE, M. O sagrado e o profano. A essência das religiões. Lisboa: Livros do Brasil. 2002.
FOUCAULT, M. Em defesa da sociedade. São Paulo: Martins Fontes. 1999.
GUIMARÃES, R. L.; TRAVASSOS, L. E. P; CUNHA, L. I. D.; AZEVEDO, Ú. R. DE; VINTIL, M. O Geoturismo em espaços sagrados de Minas Gerais. SBE – Campinas, S.P. Espeleo-Tema. v. 20, n. ½. 2009. Disponível em: http://www.sbe.com.br/espeleo-tema/espeleotema_v20_n1-2_049-058.pdf. Acesso em 23.09. 2015
JÁCOME, G. A. “Um espetáculo de tradição e fé entre a terra e o céu”, in: Jubileu do Senhor Bom Jesus do Matosinhos. Conceição do Mato Dentro: Capitular Editora, p. 44-9. 2014.
KOPEZINSKI, I. Mineração x meio Ambiente: considerações legais, principais impactos ambientais e seus processos modificadores. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Ed. da Universidade. 2000.
MALERBA, J. MILANEZ, B.; WANDERLEY, L. J. (Org); Novo Marco Legal da mineração no Brasil: Para quê? Para quem? Rio de Janeiro: Fase. 2012.
MELO, J. de. Um mapa do turismo religioso no Brasil. Jornal do Comércio, Pernambuco, 08.06.2000, p. 13.
PORTOCARRERO, Gustavo. Braga na Idade Moderna: Paisagem e Identidade. Tomar: ARKEOS. 2010.
PAULA, J. A. de. A mineração do ouro em Minas Gerais do século XVIII. In: RESENDE, M. E. F. L. & Villalta, L. C. (orgs.) As Minas Setecentistas, volume 1. Belo Horizonte: Autêntica. 2007.
RENGER, F. E. A origem histórica das estradas reais nas Minas Setecentistas. In: RESENDE, F. L. & Villalta, L. C. (orgs.) As Minas Setecentistas, volume 1. Belo Horizonte: Autêntica.
RIBEIRO, Pe. Eduardo. “Um escravo encontra uma imagem do Cristo crucificado”, in: Jubileu do Senhor Bom Jesus do Matosinhos. Conceição do Mato Dentro: Capitular Editora, p. 26-9. 2007.
SANTOS, O. “Um culto que começou em Portugal, à beira mar”, in: Jubileu do Senhor Bom Jesus do Matosinhos. Conceição do Mato Dentro: Capitular Editora, p. 30-5. 2014.
SEVÁ FILHO, A. O. Problemas intrínsecos e graves da expansão mineral, metalúrgica, petrolífera e hidrelétrica nas Amazônias. In: ZHOURI, A.; LASCHESFSKI, K. Desenvolvimento e conflitos ambientais. Belo Horizonte: Editora da UFMG. 2010.
SILVEIRA, E.J.S. Turismo Religioso Popular? Entre a ambiguidade conceitual e as oportunidades de mercado. Revista de Antropologia Experimental. Espanha, 4: 1-16. 2004. Disponível em: http://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=852475&15584&info=link. Acesso em: 18.09.2015.
STEIL. C. A. O sertão das romarias: um estudo antropológico sobre o santuário de Bom Jesus da Lapa-Bahia. Petrópolis: Vozes. 1996.
VITARELLI, F. O turismo religioso da Mesopotâmia a Minas Gerais. Revista Sagarana – turismo e cultura em Minas Gerais: Belo Horizonte, 2(5), p. 20-25. 2001.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Todo o conteúdo desta revista (ABET), entre 2011 e 2018, foi licenciado por Creative Commons, Atribuição Não Comercial / Sem Derivações / 4.0 / Internacional (CC BY-NC-ND 4.0). A partir de 2019, o tipo de licença que a revista passou a adotar é Creative Commons 4.0 / Internacional (CC BY 4.0).
Portanto, os autores concordam que as obras publicadas nesta revista estão sujeitas aos seguintes termos:
1. A Universidade Federal de Juiz de Fora, por meio do seu Observatório Econômico e Social do Turismo (OEST), aqui denominado como o editorial, conserva os direitos patrimoniais (direitos autorais) das obras publicadas.
© Observatório Econômico e Social do Turismo (OEST), Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), 2019.
2. Pode-se copiar, usar, difundir, modificar, transmitir, expor publicamente, e inclusive usar para fins comerciais, desde que: i) seja citada a autoria e a fonte original de sua publicação (revista, editorial e URL da obra); ii) seja mencionada a existência e as especificações desta licença de uso.
POLÍTICA DE PRIVACIDADE
Os nomes e endereços informados nesta revista serão usados exclusivamente para os serviços prestados por esta publicação, não sendo disponibilizados para outras finalidades ou a terceiros.









