Pluralismo cultural e resgate da memória ancestral na história de El Dorado como alternativa produtiva por meio do etno-turismo nas comunidades muisca de Sequilé (Colômbia)

Resumo

É um artigo produto de uma investigação alimentada por fontes secundárias e primárias (visita de campo, entrevistas), que parte da revisão teórica e crítica do multiculturalismo, sua relação com as transformações do Estado na América Latina, o surgimento de estruturas jurídicas, políticas e culturais, que se transformam em pluralismos que criam um corpus normativo para que as comunidades e grupos étnicos que reivindicam ancestrais indígenas sejam reconhecidos por meio da lei. Também revê as dificuldades de formalização desse pluralismo e o papel da ação social exercido a partir das comunidades, que tem sido decisivo na ressignificação, reavaliação e resgate da memória histórica e ancestral para descobrir e se apropriar de novas narrativas e histórias que hoje são as bases da agência social e do empreendedorismo. O turismo se apresenta como uma alternativa produtiva através do etno-turismo nas comunidades Muisca do município de Sequilé (Colômbia), onde está localizada a icônica Laguna de Guatavita, ligada à lenda do El Dorado. Ali mora a comunidade Muisca Los Hijos del Maíz, que empreendeu um processo de autorreconhecimento por mais de duas décadas. Atualmente o processo dá conta da incidência na produção de novos imaginários, narrativas e empreendimentos turísticos em torno do mito do El Dorado, rompendo paradigmas e discursos hegemônicos.