Laboratórios, Olimpíadas, Pensamento Computacional: reflexões sobre a juventude entre produções curriculares em Matemática
Palavras-chave:
Currículo, Educação Matemática, Ensino de Matemática, Ensino Médio, Políticas CulturaisResumo
Este texto tem como objetivo discutir as relações entre a produção curricular em matemática e os modos de vida esperados para e demandados pela juventude. Para isso, consideramos três práticas que entendemos como produtoras do currículo de matemática – o Laboratório de Ensino de Matemática, a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas e o Pensamento Computacional – e que se assumem, no espaço escolar, como estratégicas e benéficas para a vida escolar e pregressa de jovens, fornecendo-lhes competências e habilidades para o convívio social e laboral. Buscamos, então, discutir como os ideários e discursos que produzem tais práticas podem estar associados à elaboração de um pensamento hegemônico e generalista sobre a juventude, fazendo-se reconhecer como mais valiosas certas condutas, conhecimentos, atitudes e aspirações ao mesmo tempo em que torna dissidentes, inadequadas e, muitas vezes, perigosas outras. Por fim, inserimos essas práticas em uma perspectiva educacional neoliberal, na nomeação, classificação e hierarquização de jovens a partir de marcas que, ao caracterizarem relações de sucesso ou insucesso com o conhecimento matemático escolar, passam a ser determinantes na configuração de certos modos de vida e na produção de processos de exclusão pelo currículo.
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