Laboratórios, Olimpíadas, Pensamento Computacional: reflexões sobre a juventude entre produções curriculares em Matemática

Authors

  • Filipe Santos Fernandes UFMG https://orcid.org/0000-0002-2964-3582
  • Ana Paula dos Santos Mesquita Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais
  • João Vitor Pires Vieira Universidade Federal de Minas Gerais
  • José Carlos Dias Ferreira Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano

Keywords:

Currículo, Educação Matemática, Ensino de Matemática, Ensino Médio, Políticas Culturais

Abstract

This text aims to discuss the relationships between the curriculum production in mathematics and the expected and demanded ways of life for and by youth. To achieve this, we consider three practices that we understand as producers of the mathematics curriculum - the Mathematics Teaching Laboratory, the Brazilian Public Schools Mathematics Olympiad, and Computational Thinking - which assume strategic and beneficial roles in the school environment for the academic and past lives of young people, providing them with competencies and skills for social and work-related interaction. We seek, therefore, to discuss how the ideologies and discourses that produce such practices may be associated with the elaboration of a hegemonic and generalist thinking about youth, recognizing certain behaviors, knowledge, attitudes, and aspirations as more valuable, while making others dissident, inadequate, and often dangerous. Finally, we place these practices within a neoliberal educational perspective, in the naming, classification, and hierarchization of young people based on marks that, by characterizing successful or unsuccessful relationships with school mathematical knowledge, become determinants in shaping certain ways of life and in the production of exclusion processes through the curriculum.

Downloads

Download data is not yet available.

References

ARIAS, A. Corazonar: una antropología comprometida con la vida. Miradas otras desde Abya-Yala para la decolonización del poder, del saber y del ser. Quito: Ediciones Abya-Yala, 2010.

BARRA, V.; LORENZ, K. Produção de materiais didáticos de ciências no Brasil: 1950 a 1980. Ciência e Cultura, v. 38, n. 12, p. 1970-1983, dez. 1986. Disponível em: https://digitalcommons.sacredheart.edu/ced_fac/46/. Acesso em: 23 fev. 2024.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular - BNCC. Brasília: MEC, 2018.

CAMPOS, A. M. A. Salas Ambiente: os laboratórios de ensino da matemática. Revista de História da Educação Matemática, [S. l.], v. 6, n. 3, p. 24-41. 2020. Disponível em: https://histemat.com.br/index.php/HISTEMAT/article/view/326. Acesso em: 20 fev. 2024.

CARVALHO, J. J. Encontro de Saberes e descolonolização: para uma refundação étnica, racial e epistêmica das universidades brasileiras. In: BERNARDINO-COSTA, J.; MALDONADO-TORRES, N.; GROSFOGUEL, R. (Orgs.). Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. Belo Horizonte: Autêntica, 2020. p. 79-106.

COCCO, E. M. Olimpíada de Matemática das Escolas Públicas e Avaliação em Larga Escala: possíveis interlocuções. 2013. 161 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, Frederico Westphalen-RS.

D’AMBROSIO, U. Etnomatemática: elo entre as tradições e a modernidade. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.

D’AMBROSIO, U. A Metáfora das Gaiolas Epistemológicas e uma Proposta Educacional. Perspectivas da Educação Matemática, v. 9, n. 20, p. 222-234, dez. 2016.

DAYRELL, J. A escola faz as juventudes? Reflexões em torno da socialização juvenil. Educação & Sociedade, v. 28, n. 100, p. 105-128, out. 2007. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-73302007000300022

FERNANDES, F. S.; FONSECA, M. C. F. R. Reconhecimento, Redistribuição e Participação: políticas para uma Educação Matemática em tempos de união e reconstrução. Bolema, Rio Claro, v. 37, n. 75, p. ix-xiv, abr. 2023. DOI: https://doi.org/10.1590/1980-4415v37n75e01

FREITAS, L. C. Os reformadores empresariais da educação: da desmoralização do magistério à destruição do sistema público de educação. Educação & Sociedade, v. 33, n. 119, p. 379-404, 2012a. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-73302012000200004

GOMES, L. O Movimento Negro e a intelectualizade negra descolonizando os currículos. In: BERNARDINO-COSTA, J.; MALDONADO-TORRES, N.; GROSFOGUEL, R. (Orgs.). Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. Belo Horizonte: Autêntica, 2020. p. 223-246.

MANSUR, D. R. Uma proposta de formação de professores que ensinam matemática para o desenvolvimento do Pensamento Computacional. 2023.192 f. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática) – Instituto Federal do Espírito Santo, Vitória-ES.

MARCELO, O. D. A Sociedade Brasileira de Educação Matemática e o processo de construção da Base Nacional Comum Curricular. Praxis & Saber, Tunja, v. 11, n. 26, e9757, 2020. DOI: https://doi.org/10.19053/22160159.v11.n26.2020.9757

NETO, V.; SILVA, M. Gênero como um problema nos livros didáticos de matemática: manual prático de como ser menina/mulher. Acta Scientiae, v. 23, n. 8, p. 191-2221. ago. 2021. DOI: https://doi.org/10.17648/acta.scientiae.6373

PAPERT, S. Mindstorms: Children, Computers, and Powerful Ideas. Nova Iorque: Basic Books, 1980.

PINHEIRO, J. M. Estudantes forjados nas arcadas do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA): “novos talentos” da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). 2014. 231f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade do Vale dos Sinos, São Leopoldo-RS.

SILVA, M. A. A política cultural dos livros didáticos de matemática: um guia para transformar estudantes em cidadãos neoliberais. Linhas Crí­ticas, [S. l.], v. 25, p. e21853, 2019. DOI: https://doi.org/10.26512/lc.v25.2019.21853

SILVA, M. A. Currículo e Educação Matemática: a política cultural como potencializadora de pesquisas. Perspectivas da Educação Matemática, Campo Grande, v. 11, n. 26, p. 202-224, fev. 2018. Disponível em: https://periodicos.ufms.br/index.php/pedmat/article/view/5802/0. Acesso em: 24 out. 2023.

SILVA, T. T. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. 1. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 1999.

SBC – SOCIEDADE BRASILEIRA DE COMPUTAÇÃO. Nota técnica sobre a BNCC (Ensino médio e fundamental), 2018. Disponível em: https://www.sbc.org.br/institucional-3/cartas-abertas/send/93-cartas-abertas/1197-nota-tecnica-sobre-a-bncc-ensino-medio-e-fundamental. Acesso em: 27 mai. 2023.

SBEM – SOCIEDADE BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA. Contribuições da SBEM para a Base Nacional Comum Curricular, 2016. Disponível em: www.sbembrasil.org.br/files/BNCC_SBEM.pdf. Acesso em: 04 de nov. 2023.

SOUZA NETO, J. A.; VILELA, D. S.; FARIAS, J. V. Estratégias de Consagração e de Valorização da Matemática por meio da OBMEP. Bolema, Rio Claro, v. 36, n.73, p.650-675. ago. 2022. DOI: https://doi.org/10.1590/1980-4415v36n73a03

OBMEP – OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA DAS ESCOLAS PÚBLICAS. Apresentação. Disponível em: https://www.obmep.org.br/apresentacao.htm. Acesso em: 20 fev. 2024.

WING, J. M. Computational Thinking. Communications of the ACM, v. 49, n. 3, p. 33-35, mar. 2006. Disponível em: https://dl.acm.org/doi/pdf/10.1145/1118178.1118215 Acesso em: 25 abr. 2023.

Published

2025-01-30

How to Cite

FERNANDES, F. S.; MESQUITA, A. P. dos S. .; VIEIRA, J. V. P. .; FERREIRA, J. C. D. . Laboratórios, Olimpíadas, Pensamento Computacional: reflexões sobre a juventude entre produções curriculares em Matemática. Revista de Investigação e Divulgação em Educação Matemática , [S. l.], v. 9, n. 1, 2025. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/ridema/article/view/45433. Acesso em: 31 jan. 2025.