O legado privatista da ditadura-civil militar (1964-1985) para a educação
DOI:
https://doi.org/10.34019/1984-5499.2023.v25.32883Palabras clave:
Política Educacional, Público-Privado, Ditadura Civil-Militar, Educação Pública e GratuitaResumen
No período ditatorial (1964-1985) a educação foi o segmento usado pela classe dominante para formação de mão de obra a baixo custo para o mercado de trabalho. Além disso, o aumento do setor privado de ensino foi um meio lucrativo para essa mesma classe, pois, desse modo, formava-se em pouco tempo o máximo de indivíduos, constituindo, assim, um exército de reserva útil para as baixas remunerações. Partindo dessas premissas, o presente texto tem como objetivo analisar a lógica da destinação de recursos públicos para o setor privado de educação, verificando a influência dos empresários desse setor na elaboração de políticas educacionais. Trata-se de pesquisa bibliográfica com apoio nas obras de Cunha (2014) e Saviani (2014) que tiveram por objetivo compreender o legado privatista da educação no Brasil. A título de conclusão, é possível verificar que a partir do período da Ditadura Civil Militar (1964-1985) houve aumento nas instituições privadas de ensino com apoio e recurso do Estado e, ainda, que o gerencialismo adotado no período democrático foi um dos pilares para a continuidade de repasse de verbas públicas para o setor privado.
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