Aspectos metaficcionais em Trapo, de Cristovão Tezza
DOI:
https://doi.org/10.34019/1982-0836.2023.v27.40980Resumo
O romance Trapo, de Cristovão Tezza, contém dois personagens que são escritores, o jovem Paulo, mais conhecido como Trapo, que sonha em ser um escritor aclamado pela crítica, e o professor de literatura aposentado Manuel, que escreve um romance sobre a história de Paulo/Trapo. Nos livros desses personagens-escritores, podemos perceber que há questionamentos ou reflexões sobre a escritura e a produção do texto ficcional, bem como sobre a condição do escritor, evidenciando assim as estratégias de funcionamento e construção da narrativa. A partir desses apontamentos, este trabalho pretende analisar os procedimentos metaficcionais presentes no romance Trapo, com base, sobretudo, na teoria de Linda Hutcheon (1984). À luz dos pressupostos teóricos sobre metaficção, buscaremos perceber como se constituem, na obra, questões relacionadas à mímese do processo e ao jogo de autorias (livro de Cristovão Tezza, livro do professor Manuel e livro de Paulo/Trapo).