O DIÁRIO COMO LABORATÓRIO DA ESCRITA
DOI:
https://doi.org/10.34019/1982-0836.2021.v25.35856Resumen
Em um jogo entre eu-autor e eu-personagem, os diários de escritores muitas vezes encontram-se em um entrelugar na escrita literária. Neste trabalho, enfatizo a construção da ficção dentro do discurso confessional do diário, na transformação da página em branco em laboratório da escrita. Para tanto, pauto-me em pesquisas acerca do gênero, desenvolvida por autores tais como Blanchot (1959), Lejeune (1975), Barthes (1979) e Ávila (2016), em diálogo com alguns diários de escritores.
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