Educação, Patologização e Medicalização: é possível quebrar essa corrente?
DOI:
https://doi.org/10.22195/2447-5246029162Resumen
O que nos faz depositar tanta confiança e credibilidade no uso de medicamentos como forma de resolver nossos dilemas cotidianos? Até que ponto nos enquadramos na famigerada normalidade? O que fazer com aqueles que apresentam um comportamento tão heterogêneo que incomodam, insistentemente, aqueles com os quais se relaciona? Via de regra há uma crença de que a Ciência possa responder a essas questões. Mas, o problema não está no fato dela responder ou não, isto é, uma vez estabelecido que ela responda, o importante é identificarmos como a Ciência responde aos problemas e conflitos enfrentados pelos indivíduos. Neste texto tencionaremos a forma como o saber médico, representado pelos mecanismos de medicalização, tem respondido as demandas relacionadas à aprendizagem escolar. Nosso objetivo é refletir sobre os princípios epistemológicos de esse saber biologizante/classificatório e as consequências de seu exercício para as compreensões em torno das práticas educativas com foco na patologização de crianças. Enfatizamos que a medicalização gera um esvaziamento do papel do professor como aquele capaz de interferir, numa dimensão prático-simbólica, nos processos de aprendizado e desenvolvimento das crianças. Concluímos afirmando a necessidade de construirmos processos de Desmedicalização na educação que se contraponha a lógica de negação das múltiplas formas de ser e estar neste mundo.
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