O CINECLUBE DO COLÉGIO NOVA FRIBURGO NA DÉCADA DE 1960

Relatos do professor Salomão S. Daniel

Abstract

Em meio às inovações no âmbito da educação que ocorriam pelo mundo na primeira metade do século XX, foram implementadas no Brasil as classes experimentais, realizadas em algumas escolas, sendo a maioria privadas. As classes experimentais propunham inovações nos métodos aplicados, nos processos didáticos, no papel do professor e do aluno e no currículo, principalmente. No estado do Rio de Janeiro encontra-se uma das escolas que assumiu o caráter experimental no ensino secundário, o Colégio Nova Friburgo. O colégio e internato apropriou-se do método do norte-americano Henri Morrison, desenvolvendo o método de ensino por unidades didáticas e proporcionou aos alunos atividades extraclasse, as quais foram desenvolvidas no modelo de clubes escolares. Muitas das experiências inovadoras do colégio estão registradas na Revista Curriculum, utilizada nesta pesquisa como fonte documental. Sobre o Cineclube, foram encontrados três artigos do professor orientador, Salomão Santana Daniel. A pesquisa documental buscou compreender as reflexões do professor Daniel sobre as atividades do Cineclube no Colégio Nova Friburgo descritas nos artigos encontrados. Foi identificado que o professor se preocupava em desenvolver nos alunos um olhar crítico sobre as telas, visto que o cinema, como arte e indústria, tem o condão de introduzir princípios e valores capazes de afetar os ideais éticos e morais dos telespectadores. Daniel também entendia que o clube proporcionava aos alunos conhecimentos ditos tradicionais, tais como história, através das temáticas exploradas, entre outros benefícios. No entanto, fica evidente o acesso privilegiado de uma pequena parcela dos jovens ao cinema e a uma formação integral.