MESTRE DIDI E A CARTILHA NAGÔ DE UM ARTISTA NEGRO BAIANO
A BAHIAN BLACK EDUCATOR ARTIST
DOI:
https://doi.org/10.34019/2447-5246.2024.v29.44613Resumo
O artigo analisa o contexto de produção de uma cartilha destinada ao ensino da língua iorubá para crianças e adultos, criada e escrita na década de 1960 por Deoscóredes Maxiliano dos Santos (1917-2013), mais conhecido como Mestre Didi, personagem marcante da cultura baiana da segunda metade do século XX. Trata-se de um estudo fundamentado na história cultural das edições escolares para abordar a cartilha em sua materialidade como um artefato pedagógico da cultura afro-brasileira e fonte documental, que nos aponta a família de santo nagô baiana como uma comunidade-escola. Na perspectiva da história social, buscamos articular o estudo da cartilha às experiências de Mestre Didi no interior dessa confraria religiosa, que se consolidou em um núcleo aglutinador de elaboração e transmissão de conhecimentos. Tal instituição vigorou historicamente como um centro de manutenção de um complexo civilizatório iorubá-descendente na Bahia, do qual a cartilha de Mestre Didi é um documento valioso. Ela dialoga com a cultura escolar pela escolha do método de alfabetização, pela organização e estrutura das lições, ligadas aos saberes e fazeres cotidianos dessa comunidade litúrgica.
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