A INFLUÊNCIA DO NEOFASCISMO NO NOVO ENSINO MÉDIO BRASILEIRO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34019/2447-5246.2024.v29.44495

Resumo

Este artigo é resultado de pesquisa que objetivou situar a atual contrarreforma do ensino médio brasileiro no contexto ideológico do período 2016-2022, preocupando-se com a influência da ideologia neofascista. Complementa, portanto, as pesquisas recentes que situam seus objetos no mesmo período conjuntural, mas têm como eixo o neoliberalismo. O enfoque do artigo é a natureza anticientífica da contrarreforma, investigando, por meio da técnica da Análise de Conteúdo, um conjunto de documentos normativos e materiais didáticos sob orientação de metodologia que interpreta os elementos ocultos – estruturais e ideológicos – do regramento formal da escola capitalista. A discussão das políticas antiambientalistas do período e sua incidência no campo educacional ilustra o fenômeno analisado. O trabalho conclui que a anticiência constitui-se de elemento articulador entre o neofascismo e a recomposição do programa neoliberal no Brasil, verificando que o negacionismo científico encontra terreno fértil para se desenvolver, no seio de um currículo centrado na Pedagogia das Competências, na ideologia do empreendedorismo e na fragmentação orientada pela oferta de itinerários formativos.

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Biografia do Autor

Lucas Barbosa Pelissari, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

Doutor em Políticas Públicas e Formação Humana pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ (2018). Mestre em Educação pela Universidade Federal do Paraná - UFPR (2012). Graduação em Engenharia Civil pela UFPR (2009) e em Licenciatura em Matemática pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUCPR (2009). Atualmente é Professor Doutor I (MS3.1) do Departamento de Políticas, Administração e Sistemas Educacionais (DEPASE) da Faculdade de Educação (FE) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), atuando no mestrado e doutorado do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE). É membro dos Grupos de Pesquisa "Neoliberalismo e relações de classe no Brasil" (Unicamp/CEMARX) e "Trabalho, Saúde e Subjetividade" (Unicamp/FE) e líder do Grupo de Pesquisa "Estado, Políticas Públicas e Educação Profissional" (EPPEP). Atua no Grupo de Trabalho 09 - Trabalho e Educação, da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Educação (ANPED), na função de vice-coordenador. Tem experiência na área de Políticas Educacionais, pesquisando políticas de educação profissional e atuando nos seguintes temas específicos: interesses de classes e frações de classe na conformação de políticas educacionais; educação politécnica e pedagogias críticas; reformas educacionais no ensino médio e na educação profissional. É autor do livro "Educação profissional e neodesenvolvimentismo: políticas públicas e contradições" - Paco Editorial, 2019.

Maria Luiza Freitas Marques do Nascimento, Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Possui graduação em Gestão Ambiental pela Universidade de São Paulo (2016) e Pedagogia pela Universidade Federal de Ouro Preto (2020). Mestra em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2020). Doutoranda pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Foi membro do Laboratório de Investigações em Educação, Ambiente e Sociedade (LIEAS-FE/UFRJ). Hoje é pesquisadora do Grupo de pesquisa em educação ambiental e cultura da sustentabilidade (GPEACS) e do Centro de Educação Ambiental e Preservação do Patrimônio (CEAPP/UFPR/IPHAN). Possui experiência na área de Educação, com ênfase em Trabalho-educação, atuando principalmente nos seguintes temas: educação ambiental e movimento sociais.

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Publicado

2024-08-26

Como Citar

Barbosa Pelissari, L., & Freitas Marques do Nascimento, M. L. (2024). A INFLUÊNCIA DO NEOFASCISMO NO NOVO ENSINO MÉDIO BRASILEIRO. Educação Em Foco, 29(Dossiê Temático), e29031. https://doi.org/10.34019/2447-5246.2024.v29.44495

Edição

Seção

Dossiê: O direito à educação no contexto de conservadorismo e disputa de mercado