A PELE QUE É SILENCIADA

O LUGAR DO CORPO NEGRO NA LEITURA DE IMAGENS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34019/2447-5246.2024.v29.43008

Resumo

O currículo escolar adquiriu uma nova roupagem com a Lei nº 10.639/2003, que trouxe a obrigatoriedade do Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, a fim de valorizar a contribuição e a participação do povo negro em todas as esferas da formação do Brasil. Nesse viés, este artigo tem como objetivo dialogar sobre a referida lei e o poder da imagem no ensino interdisciplinar de arte e de história, a partir de análises das obras “Um jantar brasileiro” (1827), de Jean-Baptiste Debret; “Bastidores” (1997), de Rosana Paulino; e “Não branca o suficiente” (2020), de Paula Duarte. Analisa-se o lugar do corpo negro em produções artísticas, feitas no período colonial e na contemporaneidade, com base na técnica de leitura de obras proposta pela Abordagem Triangular, de Ana Mae Barbosa (1978, 1998, 2009). A análise levanta provocações para debates educacionais e problematiza pontos da cultura contemporânea, como o racismo e a necropolítica na sociedade brasileira, sob a égide de uma visão educativa decolonialista. Para isso, dialoga-se com Evaristo (2018), Mbembe (2016), Ribeiro (2017), Gomes (2013), Salles e Cabrera (2019), que oferecem subsídios para se pensar processos de ensino-aprendizagem interdisciplinares que lidem de forma ética com a multiplicidade cultural e a formação sócio-histórica do povo brasileiro. Assim, é possível trabalhar uma educação antirracista, valorizando o corpo e a cultura negra com narrativas diaspóricas criadas por artistas negros(as), que revelam, por meio de diversas formas e linguagens, a riqueza do conhecimento ancestral, ressignificando o lugar do corpo negro na memória social para além da escravidão.

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Biografia do Autor

Laura Campo Daibert, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Mestranda pelo Programa de Pós-Gradução em Educação da Universidade Estadual do Sudoese da Bahia (PPGED/UESB), bolsista CAPES, Laura/Lohá é arte-educadora especialista em Ensino de Artes, licenciada em Artes Visuais e bacharel em Artes e Design pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Sua pesquisa objetiva criar experiências estéticas/performáticas no âmbito educacional como ação subversiva criadora de potência e autopoiesis baseando seu estudo na filosofia da diferença. Participa de grupos de pesquisa na UFBA e UESB.

Patrícia Barros, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Mestranda no Programa de Pós- Graduação em Educação (PPGED) na Universidade do Sudoeste da Bahia (UESB). Especialista em História e Cultura Afro-brasileira pela Faculdade do Noroeste de Minas, Especialista em Orientação, Supervisão, Inspeção e Gestão em Administração Escolar pela Faculdade Einstein (FACEI), graduada em História pela Fundação Universidade de Itaúna. Docente efetiva da Prefeitura Municipal de Almenara e da Secretaria do Estado de Educação de Minas Gerais.Com experiência em educação à distância, atuou como tutora na Universidade Aberta do Brasil pela Unimontes e como Orientadora Educacional ? na CDI Educação e Treinamento Unidade Almenara Ltda Sistema Unopar e como Professora Assistente na Rede de Ensino Docum. Tem experiência na área de História e educação, com ênfase em História da África e Relações Étnico-Raciais e demais temas como : Plano Municipal de Educação, ECA e CONAE .Participou da reestruturação do PNLD Campo 2016 junto a Editora FTD.

Tatyanne Gomes Marques

Professora da Universidade do Estado da Bahia (UNEB); do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGED/UESB). Pedagoga com mestrado e doutorado em Educação; membro da linha de pesquisa em Educação Do Campo, Educação de Jovens e Adultos e Movimentos Sociais - Nepe/UNEB.

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Publicado

2024-04-24

Como Citar

Daibert, L. C. ., Barros, P. ., & Marques, T. G. . (2024). A PELE QUE É SILENCIADA: O LUGAR DO CORPO NEGRO NA LEITURA DE IMAGENS. Educação Em Foco, 29(1), e29014. https://doi.org/10.34019/2447-5246.2024.v29.43008

Edição

Seção

Artigos