TRAJETÓRIAS DE MOBILIZAÇÃO PELO APRENDER DE EGRESSAS DA EJA QUE SE TORNARAM PROFESSORAS
UMA CONTRIBUIÇÃO À SOCIOLOGIA DO ÊXITO IMPROVÁVEL
DOI:
https://doi.org/10.34019/2447-5246.2023.v28.40777Resumo
Instigados por uma sociologia estatisticamente improvável, objetivamos explicar o que mobiliza estudantes pobres, com histórico de fracasso na escola regular, a retomar seus estudos na Educação de Jovens e Adultos, adentrarem na universidade e ascenderem socialmente por meio da educação. Para isso, no campo das teorias pedagógicas referenciamo-nos no conceito de educação transgressora (de Bell Hooks) de modo geral, e da pedagogia do oprimido (exposta por Paulo Freire), de maneira mais específica. No campo das teorias sociológicas, pontuamos a relação com o saber (estudada por Charlot); e teoria dos campos, ethos e illusio (estudadas por Bourdieu); já no campo das teorias psicológicas, apresentamos a resiliência (proposta por Cyrulnik), todas em consonância com a sociologia do êxito improvável de Xypas, para explicar tal fenômeno. Nessa perspectiva, desenhamos uma pesquisa qualitativa, exploratória, com estudo de casos de duas egressas da EJA, que através de entrevista semiestruturada aprofundada e autorreflexiva da situação vivida, revelam seus fracassos e destacam seus sucessos na escola da segunda chance. As entrevistas nos ajudaram a refletir conjunturas históricas da vida da mulher na sociedade, bem como suas experiências em uma modalidade educacional marcada pelo negacionismo, omissão e descaso. Em se tratando de suas relações com o saber, a pesquisa nos revelou um enorme desejo pessoal e mobilização pelo aprendizado, enquanto um objeto que fizesse sentido a elas. Revisitar as próprias memórias da educação escolar, e narrá-las, possibilitou para nossas entrevistadas egressas da EJA um momento de reflexões sobre si mesmas e dos seus lugares em seus tempos próprios.
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