Temporalidade retradutória na concepção bermaniana
DOI:
https://doi.org/10.34019/2318-3446.2021.v9.34085Palavras-chave:
Antoine Berman, retradução e temporalidade, kairós e shíResumo
Este estudo tem por objetivo analisar a temporalidade na concepção bermaniana de retradução. Para tanto, abordamos os elementos constitutivos tais quais indicados pelo próprio Antoine Berman nos diversos ensaios em que trata do tema bem como nos questionamentos deles decorrentes contidos especialmente em Gambier (2011) e Godard (2001). Sugerimos um outro ponto de vista para algumas dessas categorias temporais, ou seja, uma outra perspectiva cultural que seria mais fecunda às proposições do autor acerca da temporalidade da retradução. Assim, partindo de um exemplo do próprio Berman do que seria uma grande retradução, propomos um redimensionamento da categoria temporal de base ocidental-grega – kairós –, substituindo-a por outra análoga, porém de origem oriental-chinesa – shí –, revelando-se, esta última mais profícua para a temporalidade retradutória na concepção de Antoine Berman.
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