Marcas de Universalidade em Saberes e Práticas de Professores de Matemática na Amazônia Amazonense
DOI:
https://doi.org/10.34019/2594-4673.2023.v7.41290Palavras-chave:
Amazônia, Amazônia; Decolonialidade, Comunidades RibeirinhasResumo
Este artigo é um recorte de uma pesquisa de doutorado em andamento. Nosso objetivo neste texto é identificar marcas de universalidade em saberes e práticas docentes de professores de matemática que ensinam em comunidades ribeirinhas no Amazonas, a partir do pensamento decolonial. Sustentamos nossa discussão teórica em trabalhos de pesquisadoras e pesquisadores da Rede Modernidade/Colonialidade (M/C), que alertam como a ideia de universalidade se solidifica atrelada ao mito da modernidade e como este, por sua vez, se enraíza em nossos imaginários por meio de relações de poder sociais e subjetivas, que emergem do colonialismo formal e perduram até os dias atuais. Buscamos estabelecer um diálogo entre a Rede M/C e pesquisadores da área de educação matemática, que identificam e questionam a universalidade e a neutralidade convencionalmente atribuídas a essa disciplina. Colaboraram com esta pesquisa quatro professores que atuam em escolas da rede pública municipal de educação de Manaus, localizadas em comunidades ribeirinhas nas margens do Rio Negro. Com base em depoimentos desses colaboradores, observamos traços de colonialidade, manifestados em discursos de uma suposta universalidade da matemática, que estão presentes na formação dos professores e nos currículos escolares, e que se refletem em saberes e práticas docentes. Esses depoimentos sugerem, também, que, apesar de os professores reconhecerem que o lugar que hoje a matemática ocupa não produz sentidos ou afetos em seus estudantes, ainda é difícil superar tais ideias de universalidade, tão arraigadas no imaginário social. Por isso, entendemos serem urgentes e indispensáveis movimentos decoloniais no ensino de matemática.
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