Processos de produção de significados em uma sala de aula: feminismos, matemáticas, violências e produções outras
DOI:
https://doi.org/10.34019/2594-4673.2022.v6.38734Palavras-chave:
Fundamentos da Matemática, Feminismo, ; Ensino e Aprendizagem de Matemática, Sistemas Lineares, Modelo dos Campos SemanticosResumo
Neste artigo produzimos convites com discussões em uma sala de aula de matemática da disciplina de Fundamentos de Matemática de um curso de Licenciatura em Matemática. Nosso objetivo é analisar processos de produção de significados matemáticos e processos de produção de significados violências, em uma situação de interação com alunas e alunos da disciplina. Tomamos como principal referência o Modelo dos Campos Semânticos para análise dos dados, bem como um diálogo com teóricas do feminismo, como Judith Butler, e discussões e atitudes decoloniais. Nosso cenário foi a disciplina mencionada, em específico algumas aulas e uma discussão realizada em um grupo de WhatsApp. Nossas principais considerações são na direção de que não existe a matemática de um lado e o uso que se faz dela de outro. Ao invés disso, a matemática é constituída e constituinte de seus usos, ou, em outras palavras, a matemática é performada socialmente, assim como performamos sexo/gênero. Assim, movimentamos um projeto político de uma educação matemática em que nos distanciamos da ideia de conteúdos e nos aproximamos da noção de processos de produção de significados. Estes, então, podem ser pretexto para discutirmos o que realmente importa, a vida, e que nem por isso uma matemática deva ser deixada de lado, mas sim figurar junto a ela.
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