O camponês na sociedade industrial: construções e desconstruções de um estereótipo
DOI:
https://doi.org/10.34019/1984-5499.2017.v19.19019Abstract
Este artigo propõe-se a fazer uma reflexão sobre a produção do estereótipo do camponês brasileiro a partir de um personagem de Monteiro Lobato – o Jeca Tatu, no contexto da crescente urbanização e do projeto desenvolvimentista das primeiras décadas do século XX. Através da ótica de Champagne (2008), é analisado como os meios de comunicação populares desta época foram utilizados para difundir novos valores e modelos pretendidos pela nascente sociedade industrial brasileira, com vistas a superar o “atraso” decorrente do modelo agrário. Como contraponto, Brandão (1990) mostra o trabalho e a cultura camponesa de agricultores do Vale do Paraíba – SP, mesmo lugar que inspirou a criação do personagem de Lobato, rompendo paradigmas ao mostrar outro olhar sobre os camponeses e seus saberes e culturas.