A formação identitária negra frente à educação antirracista
uma análise a partir da narrativa autobiográfica
DOI:
https://doi.org/10.34019/1984-5499.2020.v22.30482Palavras-chave:
Educação antirracista, Formação de professoresResumo
O artigo discute a formação identitária negra a partir de reflexões da autora sob sua trajetória de vida. Para tal, utilizou-se a narrativa autobiográfica como metodologia base, intercalando as discussões de autores, referências na temática das relações étnico-raciais, entendidas aqui como construções sócio-históricas, influenciadas tanto pelo racismo estruturado na sociedade brasileira quanto pela herança europeia dominante. A autora, como sujeito sociocultural, faz o exercício de perceber os encontros com o outro e as desigualdades manifestas nestas relações, sem perder de vista o entrecruzamento do gênero e de raça presente na sua formação identitária. A Pedagogia, pautada por seu papel educativo transformador, questiona quaisquer indícios contra a dignidade do ser humano e sua liberdade, além de contribuir na formação de uma sociedade mais justa, igualitária e, de fato, antirracista.
Downloads
Referências
ALMEIDA, Silvio Luiz de. O que é racismo estrutural?. Feminismos Plurais/ Coordenação de Dijamila Ribeiro. Belo Horizonte (MG): Letramento, 2018, p.203.
AVANZI, Maria Rita; GASTAL, Maria Luiza de Araújo. Saber da experiência e narrativas autobiográficas na formação inicial de professores de biologia. Instituto de Ciências Biológicas, Núcleo de Educação Científica, Universidade de Brasília (UnB). Bauru: Ciênc. Educ., v. 21, n. 1, jun./2015; p. 149-158.
BARBOSA, Muryatan Santana. Eurocentrismo, História e História da África. Sankofa. Revista de História da África e de Estudos da Diáspora Africana, n. 1 jun./2008; p. 46 - 63.
BRASIL, MEC. Diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana. Brasília, MEC/SEPPIR, 2004.
BRASIL. Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 10 jan. 2003a, p. 01. (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.639.htm).
CANDAU, Vera Maria. MOREIRA, Antonio Flávio. Multiculturalismo: diferenças culturais e práticas pedagógicas. 2ª Ed. Petrópolis (RJ): Editora Vozes LTDA, 2008.
COSTA, Roseli Araújo Barros; GONÇALVES, Tadeu Oliver. Histórias de vidas de professores: apontamentos teóricos. Revista Espaço Acadêmico, n. 64, 2006.
NAÇÕES UNIDAS. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Resolução 217 A (III) da Assembleia Geral, Paris, 1948.
FERNANDES, Viviane Barbosa. SOUZA, Maria Cecília C. C. Identidade Negra entre exclusão e liberdade. Instituto de Estudos Brasileiros, n. 63, abr./2016; p. 103-120.
FREDERICO, CELSO. O multiculturalismo e a dialética do universal e do particular. Estudos Avançados, v. 30, n. 87, 2016; p. 237-25.
GADOTTI, Moacir. Pedagogia da Práxis. 2ª Ed.; São Paulo: Cortez Editora, 1998.
GOMES, Nilma Lino. Corpo e cabelo como símbolos da identidade negra. 2003. Universidade de São Paulo. Disponível em: http://www.acaoeducativa.org.br/fdh/wp-content/uploads/2012/10/Corpo-e-cabelo-como-s%C3%ADmbolos-da-identidade-negra.pdf. Acesso em, 12/09/19; v. 3, 2012.
GOMES, Nilma Lino. Cultura negra e educação. Revista Brasileira de Educação, v. 23, p. 75-85, 2003.
GOMES, Nilma Lino. Educação, identidade negra e formação de professores/as: um olhar sobre o corpo negro e o cabelo crespo. Educação e pesquisa, v. 29, n. 1, p. 167-182, 2003.
GOMES, Nilma Lino. Trajetórias escolares, corpo negro e cabelo crespo: reprodução de estereótipos ou ressignificação cultural?. 2006.
GOMES, Nilma Lino. Mulheres negras e educação: trajetórias de vida, histórias de luta. Revista Cadernos Pagu, Unicamp, V Encontro de História Oral, Belo Horizonte, FAFICH, 1999.
GOMES, Nilma Lino. MUNANGA, Kabengele. O negro no Brasil de hoje. 2ª Ed. - São Paulo: Global, 2016.
GUSMÃO, Neusa Maria. Linguagem, Cultura e Alteridade: imagens do outro. Cadernos de Pesquisa, nº 107, julho/1999; p. 41-78.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Tradução de: Tomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro. 11ª ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2006; p.102. Título original: "The question of cultm·al identity", in: S. Hall, D. Held e T. McGrew. Modernity and its fatures. Politic Press/Open University Press, 1992.
HIRATA, Helena. Gênero, classe e raça: Interseccionalidade e consubstancialidade das relações sociais. São Paulo: Tempo Social, revista de sociologia da USP, v. 26, n. 1; jun./2014; p. 61-73.
LARROSA, Jorge. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Tradução de: João Wanderley Geraldi. Revista Brasileira de Educação. Jan/Fev/Mar/Abr 2002, n. 19; p. 20 - 28.
MUNANGA, Kabengele. Nosso racismo é um crime perfeito. Fundação Perseu Abramo. Disponível em: https://fpabramo.org.br/2010/09/08/nosso-racismo-e-um-crime-perfeito-entrevista-com-kabengele-munanga/
MUNANGA, Kabengele. Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e etnia. In: Programa de educação sobre o negro na sociedade brasileira [S.l: s.n.]; Niterói (RJ), 2004; p. 1-17.
ORTIZ, Renato. Arte, Cultura e Poder. Seminário da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, em 2013
SOUZA, Neusa Santos. Tornar-se negro: as vicissitudes do negro brasileiro em ascensão social. Rio de Janeiro: Graal, 1983; Coleção Tendências, v.4, 2ª ed.; p.88.