A função estratégica do professor nas políticas educacionais brasileiras a partir da década de 1990
DOI:
https://doi.org/10.34019/1984-5499.2022.v24.26588Palavras-chave:
Organismos internacionais, Professores, Políticas Educacionais Nacionais, Neoliberalismo de Terceira ViaResumo
O presente artigo busca refletir sobre a influência das orientações dos organismos internacionais para a construção de políticas educacionais nacionais e a sua relação com a perspectiva teórica que aponta os professores como colaboradores estratégicos para a difusão de uma pedagogia da hegemonia (NEVES, 2005), pautada na lógica do neoliberalismo da Terceira Via (LIMA e MARTINS, 2005). O estudo foi orientado pela perspectiva crítica e, para atingir os objetivos propostos, foi utilizada a pesquisa documental como metodologia. Foi possível compreender que a direção dada à formação e ao trabalho docentes, desde a década de 1990, pauta-se na ideia de que o professor deva ser o principal responsável pelo sucesso ou fracasso dos alunos, além de ser considerado um intelectual com capacidade técnica e ético-política para educar as novas gerações de acordo com os valores de uma nova sociabilidade.
Downloads
Referências
BANCO MUNDIAL. Relatório sobre o desenvolvimento mundial. World Bank, 1990.
BANCO MUNDIAL. Prioridades y estratégias para la educación. Washington:
Worl Bank, 1996. Disponível em: http://www-wds.worldbank.org/external/default/WDSContentServer/WDSP/IB/2005/06/13/000160016_20050613172136/Rendered/PDF/14948010spanish.pdf . Acesso em 10 ago. 2014.
DELORS, Jacques. (Coord.). Educação um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez, 1998.
EVANGELISTA, Olinda; SHIROMA, Eneida Oto. Professor: protagonista e obstáculo da reforma. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 33, n. 3, p. 531-541, set./dez. 2007.
FRIGOTTO, Gaudêncio. Novos fetiches mercantis da pseudoteoria do capital humano no contexto do capitalismo tardio. In: Juarez de Andrade; Lauriana G. de Paiva. (Org.). As políticas públicas para a educação no Brasil contemporâneo: limites e contradições. Juiz de Fora: Editora UFJF, 2011. p. 18-35.
LIMA, Katia Regina de Souza; MARTINS, André Silva. Pressupostos, princípios e estratégias. In: NEVES, Lúcia Maria Wanderley (Org.). A nova pedagogia da hegemonia: estratégias do capital para educar o consenso. São Paulo: Xamã, 2005.
MARTINS, André Silva. O Estado educador: notas para reflexão. In: ANDRADE, Juarez; PAIVA, Lauriana G. de (Orgs.). As políticas públicas para a educação no Brasil contemporâneo: limites e contradições. Juiz de Fora: Editora UFJF, 2011. p. 72-89.
NEVES, Lúcia Maria. Professor como intelectual estratégico na disseminação da nova pedagogia da hegemonia. In: REUNIÃO NACIONAL DA ANPED, 36, 29 setembro a 02 de outubro 2013, Goiânia-GO.
NEVES, Lúcia Maria. A nova pedagogia da hegemonia no Brasil. Revista Perspectiva, Florianópolis, v. 29, n. 1, p. 229-242, 2011.
OLIVEIRA, Daniela Motta. As diretrizes técnicas e éticos-políticas dos organismos internacionais para a formação dos professores. In: ANDRADE, Juarez; PAIVA, Lauriana G. de (Orgs.). As políticas públicas para a educação no Brasil contemporâneo: limites e contradições. Juiz de Fora: Editora UFJF, 2011. p. 90-107.
OLIVEIRA, Daniela Motta. Formação de Professores em nível superior: o Projeto Veredas e a nova sociabilidade do capital. In: REUNIÃO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM EDUCAÇÃO, 31, 2008, Caxambu. Constituição Brasileira, Direitos Humanos e Educação: resumos. Rio de Janeiro: Armazém das Letras, 2008. p. 148-148.
OLIVEIRA, Daniela Motta. A formação de professores a distância para a nova sociabilidade: análise do “Projetos Veredas” de Minas Gerais. Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2008.
OLIVEIRA, Daniela Motta. As massas trabalhadoras começam a participar do banquete, mas o cardápio é escolhido à sua revelia, ou democracia e educação escolar nos anos iniciais do século XXI. In: FÁVERO, Osmar; SEMERARO, Giovanni (Orgs.). Democracia e construção do público no pensamento educacional brasileiro. Petrópolis: Vozes, 2002.
ONU. BRASIL. Transformando nosso mundo: a agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável. 2016. Disponível em: https://www.idsbrasil.org/transformando-nosso-mundo-a-agenda-2030-para-o-desenvolvimento-sustentavel/ Acesso em: 30 out. 2022.
SAVIANI, Demerval. Transformações do capitalismo, do mundo do trabalho e da educação. In: LOMBARDI, José Claudinei; SAVINI, Demerval; SANFELICE, José Luís. (Orgs.). Capitalismo, trabalho e educação. 3. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2005.
SAVIANI, Demerval. Entrevista. Revista Educação. 2008. Disponível em: <http://www.contee.org.br/noticias/educacao/nedu752.asp>. Acesso em 29 de março de 2013.
SHIROMA, Eneida Oto; ZANARDINI, Isaura Mônica Souza. Estado e gerenciamento da educação para o desenvolvimento sustentável: recomendações do capital expressas na Agenda 2030. Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 24, n. esp. 1, p. 693-714, ago. 2020. e-ISSN:1519-9029. DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v24iesp1.13785
UNESCO. Declaração de Incheon e Marco de ação da educação: rumo a uma educação de qualidade inclusiva e equitativa e à educação ao longo da vida para todos. Brasília, 2016.
VIEIRA, Sofia Lerche. Políticas internacionais e educação: cooperação ou intervenção? In: DOURADO, Luís Fernandes; PARO, Vitor Henrique (Org.). Políticas públicas e educação básica. São Paulo: Xamã, 2001. p. 59-90.