Figurações da bruxa na literatura
As reconstruções modernas de Tituba e Circe nas obras de Maryse Condé e Madeline Miller
DOI:
https://doi.org/10.34019/1982-0836.2025.v29.48938Palavras-chave:
Bruxas, Releituras, Literatura, Tituba, CirceResumo
Este estudo tem por objetivo analisar de que modo a imagem da bruxa é representada na literatura contemporânea, investigando se ela é predominantemente retratada como uma vítima histórica e marginalizada ou como um símbolo de força e empoderamento feminino. Em vista disso, o estudo terá enfoque no recorte temático sobre a bruxaria nas obras Eu, Tituba: bruxa negra de Salem (1986) e Circe (2018), ambas voltadas às releituras de personagens femininas associadas à magia. O objetivo central consiste em analisar como as autoras Maryse Condé e Madeline Miller reconstroem as figuras de Tituba e Circe em suas obras, com ênfase na representação da bruxaria como dimensão simbólica e crítica dessas personagens. Posto isso, a fim de compreender como Condé e Miller reinterpretam essas figuras míticas, esta pesquisa propõe: examinar as experiências de opressão e marginalização vivenciadas por Circe e Tituba; investigar de que modo essas personagens contribuem para a desconstrução de estereótipos associados às bruxas, evidenciando seu potencial subversivo; e, por fim, analisar a relevância dessas releituras para os debates contemporâneos no campo da literatura. Como fundamentação teórica, a pesquisa se apoia nos conceitos de revisionismo literário propostos por Adrienne Rich, além das teorias feministas de Silvia Bovenschen, Justyna Sempruch e Mona Chollet sobre o papel histórico e transgressor das bruxas. Por fim, o estudo visa fornecer uma análise geral da figuração da bruxa na literatura contemporânea, contribuindo para uma compreensão mais ampla de suas representações simbólicas e sua relevância atual.
Palavras-chave: Bruxas. Releitura. Literatura. Tituba. Circe
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Referências
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