La vuelta al libro en ochenta cartas: Cortázar, Orfila Reynal y los meandros editoriales de la composición literaria
Palabras clave:
Julio Cortázar, Arnaldo Orfila Reynal, a volta ao dia em oitenta mundos, edição e literatura, cultura escritaResumen
Longe de apenas corresponder à genialidade do criador, a composição literária é um fato social que tem na edicão uma mediação inevitável. O escopo da intervenção do editor varia em função de múltiplos fatores: recursos financeiros, renome do autor, a distância social entre editor e escritor, cálculos de mercado e pretensões de legitimação simbólica. Embora isso possa ser apreendido em modelos, ao nível da experiência e de casos de livros singulares a relação entre editor e escritor abre-se a dimensões insuspeitadas. Sob estas coordenadas, neste artigo eu exploro a singularidade da relação entre Julio Cortázar e Arnaldo Orfila Reynal, diretor de Siglo XXI, editora de La vuelta al día en ochenta mundos e de Último Round. Nas “marcas d’água” da extensa epístola produzida na realização do primeiro desses títulos, analiso a cozinha da composição literária e editorial, o papel da linguagem da amizade, as éticas profissionais, as redes de relações e de decisões mobilizadas e que orientaram as formas finais adquiridas tanto pelo texto como pelo impresso. Busco assim mostrar como a unidade entre essas duas categorias (texto e livro) torna-se elementar para a compreensão histórica, social e também estética de uma obra significativa do renomado autor.