QUEM ÉS TU, PAI? O LEGADO PATRIARCAL EM AO FAROL
DOI:
https://doi.org/10.34019/1982-0836.2020.v24.33078Resumo
Este artigo analisa figurações do pai no romance Ao Farol (1927), de Virginia Woolf. Para tal, contextualizamos o romance de Woolf no vocabulário teórico-ficcional da própria autora, cuja escrita desfaz o que Toril Moi (2002) descreveu como a metafísica falsificadora de gênero. Se a história naturalizou a primazia do masculino, Virginia Woolf se direciona a uma forma andrógina de eudemonia, como pensa Madelyn Detloff (2016), para desconstruir tal primazia. Nesse viés, e por meio da pergunta que criamos em uma aproximação entre Woolf (1929; 1938) e Judith Butler (2015) — Quem és tu, pai? —, mapeamos os laços familiares forjados pelos Ramsays, entendendo o romance de Woolf como uma rememoração crítica do seu próprio passado no seio de uma família patriarcal.
Palavras-chave: Virginia Woolf; Ao Farol; Masculinidade; Paternidade; Legado patriarcal.