Testes sorológicos anti-NDO-HSA, anti-LID-1 e anti- NDO-LID em contatos domiciliares de área não endêmica de hanseníase

Autores

  • Sarah Lamas Vidal Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Ana Márcia Menezes de Mattos Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Laura Machado Menegati Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Thayenne Barrozo Mota Monteiro Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Cosme Rezende Laurindo Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Ana Paula Mendes Carvalho Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais
  • Henrique Couto Teixeira Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Angélica da Conceição Oliveira Coelho Universidade Federal de Juiz de Fora

DOI:

https://doi.org/10.34019/1982-8047.2018.v44.25750

Palavras-chave:

Hanseníase/prevenção & controle, Testes sorológicos, Estudos Soroepidemiológicos.

Resumo

Introdução: Diversos fatores podem interferir no desenvolvimento da hanseníase, entre eles fatores genéticos, convívio com o caso de hanseníase e classificação operacional do caso. Testes sorológicos que avaliam a reatividade de anticorpos IgM e IgG frente a antígenos específicos para o Mycobacterium leprae (M. leprae) podem atuar como auxiliaresna vigilância dos contatos e/ou população de risco. Objetivo: Analisar o comportamento dos testes sorológicos anti-PGL-1 sintético (NDO-HSA), anti-LID-1 e anti-NDO-LID em área não endêmica de hanseníase e sua relação com características do caso de hanseníase. Material e métodos: Trata-se de um estudo transversal, do tipo analítico, realizado com 35 contatos domiciliares (CD) dos casos de hanseníase. A coleta de dados ocorreu no período de agosto/2016 a fevereiro/2017 por meio de visitas domiciliares. A reatividade de anticorpos IgM e IgG frente aos antígenos Natural disaccharide linked to human serum albumin via octyl (NDOHSA), Leprosy IDRI diagnostic 1 (LID-1) e Natural disaccharideoctyl - Leprosy IDRI Diagnostic 1(NDO-LID) foi avaliada por ensaio imunoenzimático (ELISA). Os dados foram exportados e analisados no software StatisticalPackage for the Social Sciences(SPSS) 24 for Windows. Resultados: Foi observada maior proporção de positividade aos testes em CD de casos multibacilares (MB),
que residiam com o caso de hanseníase na época do diagnóstico e que tinham parentesco consanguíneo com o caso. Esses casos de hanseníase MB também apresentaram soropositividade frente aos antígenos testados. O valor do índice ELISA foi maior no grupo de CD de casos MB. Houve concordância moderada e significativa (K= 0,53; p< 0,0001) entre os testes anti-NDO-HSA e anti-NDO-LID, mas não foi detectada diferença entre os testes anti-NDO-HSA e anti-LID-1 (K= -0,05; p= 0,678). A correlação foi positiva entre os três antígenos, porém, entre LID-1 e NDO-HSA, não houve significância estatística (p<0,186). Conclusão: Os resultados sugerem que testes sorológicos em conjunto com as características avaliadas nos contatos domiciliares em área não endêmica de hanseníase,podem atuarcomo auxiliares na detecção de indivíduos infectados pelo M. leprae, contribuindo para vigilância dos contatos domiciliares.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AMORIM, F.M. et al. Identifying Leprosy and Those at Risk of Developing Leprosy by detection of Antibodies against LID-1 and LID-NDO. Plos Neglected Tropical Diseases, v. 10, n. 9, p. 1-17, 22 sep. 2016.

ARAÚJO, S. et al. Fatores de risco de adoecimento na vigilância de contatos domiciliares de pacientes com hanseníase. Hansenologia Internationalis, v. 38, n. 1, p. 72, nov. 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Diretrizes para vigilância, atenção e eliminação da Hanseníase como problema de saúde pública: manual técnico-operacional. Brasília: Ministério da Saúde, 2016.

BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Taxa Detecção Casos Novos segundo Município MG - notificação 2017. Disponível em: <http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/webtabx.exe?hanseniase/hantfmg17.def>. Acesso em: 31 jan. 2019.

CARVALHO, A. P. M. et al. Factors associated with anti-phenolic glycolipid-I seropositivity among the household contacts of leprosy cases. BMC Infectious Diseases, London, v. 15, p. 219, may. 2015.

CARVALHO, A. P. M. et al. Specific antigen serologic tests in leprosy: implications for epidemiological surveillance of leprosy cases and household contacts. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v. 112, n. 9, p. 609-616, sep. 2017.

DOUGLAS, J. T. et al. Prospective study of serological conversion as a risk factor for development of leprosy among household contacts. Clinical and Diagnostic Laboratory Immunology, v. 11, n. 5, p. 897-900, sep. 2004.

DUTHIE, M. S. et al. Use of protein antigens for early serological diagnosis of leprosy. Clinical and Vaccine Immunology, Washington, v. 14, n. 11, p. 1400-1408, nov. 2007.

DUTHIE, M. S. et al. A rapid ELISA for the diagnosis of MB leprosy based on complementary detection of antibodies against a novel protein-glycolipid conjugate. Diagnostic Microbiology and Infectious Disease, New York, v. 79, n. 2, p. 233-239, jun. 2014.

de SOUZA, M. M. et al. Utility of recombinant proteins LID-1 and PADL in screening for Mycobacterium leprae infection and leprosy. Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene. 108: 495-501, 2014.

FABRI, A. C. O. C. et al. Antigen-specific assessment of the immunological status of various groups in a leprosy endemic region. BMC Infectious Diseases, London, v. 15, p. 218, mai. 2015.

FABRI, A. C. O. C. et al. Integrative literature review of the reported uses of serological tests in leprosy management. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, [s.l.], v. 49, n. 2, p.158-164, apr. 2016.

HASTINGS, R. C. Leprosy. Medicine in the tropics. London: Churchill Livingstone, 1986.

GIRALDO, L. A. H. et al. Multibacillaryandpaucibacillaryleprosy dynamics: a simulationmodelincluding a delay. AppliedMathematicalSciences, v. 12, n. 32, p. 1677-1685, dec. 2018.

LANDIS, J. R.; KOCH, G. G. The measurement of observer agreement for categorical ata. Biometrics, Arlington, v. 33, p. 159-174, mar.1977.

LETURIONDO, André Luiz et al. Performance of serological tests PGL1 and NDO-LID in the diagnosis of leprosy in a reference Center in Brazil. Bmc Infectious Diseases, v. 19, n. 1, p. 1-6, jan. 2019.

LYON, S; GROSSI, M. A. F. Diagnóstico e tratamento da Hanseníase. In: ALVES, Elioenai Dornelles; FERREIRA, Telma Leonel; NERY, Isaías (Org.). Hanseníase: avanços e desafios. Brasília: Nesprom, 2014. Cap. 8. p. 141-169.

LOBATO, D. C. et al. Avaliação das ações da vigilância de contatos domiciliares de pacientes com hanseníase no Município de Igarapé-Açu, Estado do Pará, Brasil. Revista Pan-Amazônica de Saúde, v. 7, n. 1, mar. 2016.

MOET, F. J. et al. Risk factors for the development of clinical leprosy among contacts, and their relevance for targeted interventions. Leprosy Review, v. 75, n. 4, p. 310–326, dec. 2004.

MOURA, R. S. et al. Leprosy serology using PGL-I: a systematic review. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 41 (suppl. II), p. 11-18, 2008.

QIONG-HUA, P. et al. Earlyrevelationofleprosy in China bysequentialantibodyanalyseswith LID-1 and PGL-1. Journalof Tropical Medicine, v. 2013, n. 352689, p. 1-5, jan. 2013.

SAPRIADI, S.; WANCI, Risman; Syahridha. The correlation between contact history and knowledge with incidence of leprosy in Jeneponto district, South Sulawesi, Indonesia. International Journal Of Community Medicine And Public Health, v. 6, n. 1, p. 89-92, 24 dec. 2018.

STEFANI, M. M. A. Desafios na era pós genômica para o desenvolvimento de testes laboratoriais para o diagnóstico da hanseníase. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 41 (suppl. II), p. 89-94, 2008.

WAMBIER, C. G. et al. Factorsassociatedwithseropositivity for APGL-Iamonghouseholdcontactsofleprosypatients. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 49, n. 1, p. 83-89, feb. 2016.

WORLD HEALTH ORGANIZATION-WHO. Global leprosystrategy 2016-2020: acceleratingtowards a leprosy-free world. 20p. 2016. Disponível em: <https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/208824/9789290225096_en.pdf?sequence=14&isAllowed=y>. Acesso em 31 jan. 2019.

Downloads

Publicado

2019-06-21

Como Citar

1.
Vidal SL, de Mattos AMM, Menegati LM, Monteiro TBM, Laurindo CR, Carvalho APM, Teixeira HC, Coelho A da CO. Testes sorológicos anti-NDO-HSA, anti-LID-1 e anti- NDO-LID em contatos domiciliares de área não endêmica de hanseníase. HU Rev [Internet]. 21º de junho de 2019 [citado 20º de abril de 2024];44(3):325-31. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/hurevista/article/view/25750

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)