Apresentação
DOI:
https://doi.org/10.34019/2447-5246.2018.v23.20046Abstract
O campo da educação tem se transformado muito nas últimas décadas, mas algo sempre permanece. Dentre tantas coisas que permanecem e que nossos grandes mestres foram brilhantes em explicitá-las, como Paulo Freire e suas Pedagogias: do Oprimido, da Autonomia, da Indignação e uma das mais importantes no mundo atual: a Pedagogia da Esperança (1992), uma que nos impregna é o medo. Como primeira emoção humana, o medo nos mobiliza e é com ele que realizamos e transformamos o mundo e a educação. Mia Couto (2011) traz em seu texto "Murar o medo" a força que o medo pode promover e o quão ele nos faz humanos: "Há muros que separam nações, há muros que dividem pobres e ricos. Mas não há hoje no mundo muro que separe os que têm medo dos que não têm medo. Sob as mesmas nuvens cinzentas vivemos todos nós, do sul e do norte, do ocidente e do oriente...".
Possivelmente foi o medo, e seu outro (?) lado, a coragem, que nos fez produzir este número temático. Somente quem tem medo e coragem, juntos, resiste. Resistimos porque medo e coragem nos fazem esperançar, como quis Freire. Resistimos porque temos a certeza, uma das poucas é certo, de que podemos mudar, podemos transformar os contextos, os cenários.
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