Estética da ansiedade:
notas conceituais sobre a cultura do risco, uma abordagem sociológica.
DOI:
https://doi.org/10.34019/2318-101X.2021.v16.33385Resumo
Fenômenos culturais como a emergência de certas práticas artísticas assentam-se em questões complexas cuja força motriz manifesta-se nas conjunturas socioeconômicas, políticas, etárias, laborais e até mesmo subjetivas dos agentes envolvidos. Nesse artigo pretendemos estabelecer algumas notas conceituais - a partir dessa abordagem multifacetada - sobre a estética da ansiedade na cultura britânica do final do século XX, sobretudo no que tange a arte e a moda. A estética da ansiedade como conceituada pelo autor será descrita a partir da conversão de suas manifestações plásticas mais regulares - a saber, wasted look, mortality-fetishism, estética abjetual, memento-mori contemporâneo, e farmacofilia social - e operacionalizada de modo a afinar sua relação com uma ideia dos riscos reais e fabricados que atravessavam o imaginário social da juventude britânica. Recuperando os debates sociológicos de pensadores como McRobbie, Giddens e Beck buscaremos conectar esse quadro analítico às respostas culturais dessa juventude em sua exploração de seus traumas geracionais.