“Escola sem partido”
ciência e docência entre o banco dos réus e a fogueira inquisitorial
DOI:
https://doi.org/10.34019/2237-9444.2021.v11.32859Palavras-chave:
Escola sem partido, Ideologia, Ciência e educaçãoResumo
O objetivo do presente estudo é realizar uma análise do projeto “Escola sem partido” e de suas implicações para a ciência e para a prática docente. Embora se apresente como isento de e contra a ideologia e partidos, a pesquisa demonstra que o projeto é apenas uma ideologia que assume a forma da desideologização para melhor passar e atender aos interesses de certos sujeitos, grupos e classe. As conclusões apontam que, na pessoa do professor, é a própria ciência que é acusada, julgada e condenada, colocada entre o banco dos réus (criminalizada) e a fogueira inquisitorial (desmoralizada e anatematizada). Daí o professor ser tratado, concomitantemente, como criminoso, degenerado e, principalmente, degenerador político, moral e sexual. Sob a aparência filosófico-científica da neutralidade e do pluralismo do projeto, esconde-se nada menos que seu caráter (neo)obscurantista e autocrático, submetendo a prática docente-científica à mera opinião.
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