A “masculinização” de Clitemnestra no Agamêmnon, de Ésquilo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34019/2318-3446.2023.v11.40635

Palavras-chave:

Oresteia, Clytemnestra, Aeschylus, Agamemnon, Narrative

Resumo

Ao longo de toda a tragédia Agamêmnon, Ésquilo realiza o gradual processo de “masculinização” de Clitemnestra. A ela são atribuídas várias características então consideradas masculinas. Trata-se de uma construção narrativa para caracterizar Clitemnestra como o exemplo de “má esposa”, como a alma danada de Agamêmnon a amaldiçoa na Odisseia. A narrativa gradualmente agrava sua caracterização até culminar no sacrifício de Agamêmnon. A despeito disso, Clitemnestra parte de pressupostos típicos do gênero feminino. Apoiado na análise dos textos originais e na literatura especializada, defendo que a tentativa de Ésquilo de masculinizar Clitemnestra acarreta inconsistências na condenação da heroína, bem como levanta questionamentos sobre representações do feminino, relações de poder e a origem biológica da vida, que são o que está em jogo no julgamento de Orestes em Eumênides, quando Atena determina que Orestes é “filho do pai” numa solução Deus ex machina pouco satisfatória.

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Biografia do Autor

Tiago Irigaray, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Mestrando, UFRGS.

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Publicado

2023-12-15

Como Citar

IRIGARAY, T. A “masculinização” de Clitemnestra no Agamêmnon, de Ésquilo. Rónai – Revista de Estudos Clássicos e Tradutórios, [S. l.], v. 11, n. 2, p. 3–21, 2023. DOI: 10.34019/2318-3446.2023.v11.40635. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/ronai/article/view/40635. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos