Cassandra em três tempos: bela, adivinha, trágica

Autores

  • Beatriz de Paoli Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

DOI:

https://doi.org/10.34019/2318-3446.2019.v7.27479

Palavras-chave:

Cassandra, adivinhação, Homero, Píndaro, Ésquilo

Resumo

Se para nós, leitores modernos, os versos homéricos fizeram pouco mais do que consagrar a beleza de Cassandra, foram os versos de Píndaro que, por sua vez, reconheceram-na como adivinha, mas é à tragédia Agamêmnon, de Ésquilo, que os traços fundamentais que distinguem a figura de Cassandra e povoam nosso imaginário parecem inevitavelmente convergir. Este artigo propõe-se, assim, a discorrer sobre três momentos na representação da princesa troiana – o seu retrato homérico, pindárico e esquiliano –, enfatizando, sobretudo, nos textos analisados, a relação da personagem com o tempo passado, presente e futuro.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Fontes primárias:

AESCHYLUS. Agamemnon. Edited with a commentary by Eduard Fraenkel. 3 vol. Oxford: Clarendon Press, 1982.

ESCHILO. Agamennone. Edizione critica, traduzione e commento a cura di Enrico Medda. 3 vol. Roma: Bardi Edizioni, 2017.

ESCHYLE. L’Agamemnon d’Eschyle. Le texte et ses interpretations. Jean Bollack et Pierre Judet de la Combe. 3 vol. Lille: Maison des sciences de l’homme, 1981.

ÉSQUILO. Oresteia. Estudo e tradução de Jaa Torrano. 3 vol. São Paulo: Iluminuras, 2004.

HOMERO. Ilíada. 2. ed. Tradução de Carlos Alberto Nunes. Rio de Janeiro, Ediouro, 2002 [1945].

_________. Odisseia. Tradução de Carlos Alberto Nunes. Rio de Janeiro, Ediouro, 2001.

OXYRHYNCHUS PAPYRI. Part V. Edited with translations and notes by Bernard P. Grenfell and Arthur S. Hunt. Oxford: The Egypt Exploration Fund., 1908.

PINDAR. Pythian Eleven. Edited with Introduction, Translation, and Commentary by J. P. Finglass. New York: Cambridge University Press, 2008.

PINDARI Carmina cum fragmentis. Pars II. Edidit H. Maehler (post B. Snell). 4a. ed. Leipzig: Teubner, 1975.

SAPPHO ET ALCAEUS. Fragmenta. Edidit Eva-Maria Voigt. Amsterdam: Athenaeum-Polak & Van Gennep, 1971.

Bibliografia de apoio

BOLLACK, J. Le thrène de Cassandre. Revue des études grecques, n. 94, p. 1-13, 1981.

BOUCHÉ-LECLERCQ, A. Histoire de la Divination dans l’Antiquité. Grenoble: Éditions Jérôme Millon, 2003[1879-1882].

BRÜGGER, C. Homer's Iliad: The Basel commentary, Book XXIV. Translated by Benjamin W. Millis and Sara Strack and edited by S. Douglas Olson. Boston; Berlin: De Gruyter, 2017.

CRIPPA, S. Glossolalia. Il linguaggio di Cassandra. Studi italiani di linguistica teorica e applicata, vol. 19, n. 3, p. 487-508, 1990.

DEBNAR, P. The Sexual Status of Aeschylus’ Cassandra. Classical Philology, vol. 105, n. 2, 2010, pp. 129-145.

DE JONG, I. A Narratological Commentary on the Odyssey. Cambridge: Cambridge University Press, 2001.

DE PAOLI, B. A adivinhação na tragédia de Ésquilo. 2015. 416 ff. Tese (Doutorado em Letras Clássicas) – Departamento de Letras Clássicas e Vernácula, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015.

DILLON, M. Kassandra: Mantic, Maenadic or Manic? Gender and the Nature of Prophetic Experience in Ancient Greece. Proceedings of the Australian Association for the Study of Religions Conference, University of Auckland, New Zealand July 6-11, 2008, p. 1-21, 2009.

DOYLE, A. Cassandra: Feminine Corrective in Aeschylus’s Agammemnon. Acta Classica, n. 50, p. 57-75, 2008.

DUMORTIER, J. Les images dans la poésie d’Eschyle. Paris, Les Belles Lettres, 1975.

GOUDOT, M. (Ed.) Cassandre. Paris: Éditions Autrement, 1999.

HARRIS, J. P. Cassandra’s Swan Song: Aeschylus’ Use of Fable in Agamemnon. Greek, Roman and Byzantine Studies, vol. 52, n. 4, p. 540-558, 2012.

HEIRMAN, L. J. Kassandra’s Glossolalia. Mnemosyne, vol. 28, n. 3, p. 257-267, 1975.

IRIARTE, A. Casandra trágica. Enrahonar, n. 26, p. 65-80, 1996.

LEAHY, D. M. The Rôle of Cassandra in the Oresteia of Aeschylus. Bulletin of the John Rylands University Library of Manchester, vol. 52, n. 1, p. 144-177, 1969.

MASON, P. G. Kassandra. The Journal of Hellenic studies, n. 79, p. 80-93, 1959.

MAZZOLDI, S. Cassandra, la vergine e l’indovina: Identità di un personaggio da Omero all’Ellenismo. Pisa/Roma: Istituti editoriali e poligrafici internazionali, 2001.

_________. Cassandra’s Prophecy between Ecstasy and Rational Mediation. Kernos, n. 15, p. 145-154, 2002.

MITCHELL-BOYASK, R. The Marriage of Cassandra and the “Oresteia: Text, Image, Performance. Transactions of the American Philological Association, vol. 136, n. 2, p. 269-297, 2006.

MOREAU, A. Les ambivalences de Cassandre. In: LAURENS, A.-F. (Ed.) Entre hommes et dieux – Le convive, le héros, le prophète. Paris: Les Belles Lettres, p. 145-167, 1989.

NUTTALL, G. F. Cassandra and the Language of Prophecy. The Heythrop Journal, vol. 36, n. 4, p. 512-520, 1995.

RODRÍGUEZ, E. Los lechos de Casandra en “Troyanas” y “Hécuba” de Eurípides y en “Alejandra” de Licofrón. Estudios Clásicos, n. 124, p. 25-46, 2003.

SCHEIN, S. L. The Cassandra Scene in Aeschylus’ Agamemnon. Greece and Rome, vol 29, n. 1, p. 11-16, 1982.

SERRANO, D. de P. Cassandra e le donne tragiche. Myrtia, n. 26, p. 123-139, 2011.

WERNER, C. As performances de Cassandra em Troianas de Eurípides. Letras Clássicas, n. 6, p. 117-133, 2002.

Downloads

Publicado

2019-10-05

Como Citar

DE PAOLI, B. Cassandra em três tempos: bela, adivinha, trágica. Rónai – Revista de Estudos Clássicos e Tradutórios, [S. l.], v. 7, n. 1, p. 4–17, 2019. DOI: 10.34019/2318-3446.2019.v7.27479. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/ronai/article/view/27479. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Dossiê: XXV Semana de Estudos Clássicos da UFJF