Para onde caminha a tradução?

Autores

  • Eloá Catarine Pinto Teixeira doutoranda em Literatura e Cultura pela UFBA

Palavras-chave:

tradução, mito de Babel, estrangeiro, identidade, estudos culturais

Resumo

O artigo traz uma discussão sobre o rumo que têm tomado os estudos em tradução na perspectiva dos estudos culturais. Discute-se o mito de Babel sob a ótica desconstrutivista com vistas a ampliar o debate sobre o papel da tradução na construção da identidade do sujeito pós-moderno. A noção de Stuart Hall de que a pós-modernidade descentralizou não só o sujeito, mas a própria noção de identidade cultural serve de ponto de partida para essa análise.  Discute-se ainda a noção de Lawrence Venuti de que a tradução seria um exercício ao mesmo tempo de domesticação e estranhamento, que define os limites em que a subjetividade é construída. Processo esse que se dá na medida em que novos elementos externos são introduzidos numa dita cultura local, seja por violência seja por assimilação. Nesse panorama, a língua é percebida como elemento de identificação cultural, sendo assim um espelho das transformações geradas pela presença estrangeira numa dada cultura.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AMORIM, Lauro Maia. Tradução e adaptação: reescrevendo os limites da transgressão. In: Tradução e adaptação: encruzilhadas da textualidade em Alice no País das Maravilhas de Lewis Carrol, e Kim, de Rudyard Kipling. São Paulo: Editora UNESP, 2005.

BHABHA, Homi K. O local da cultura. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2005.

DERRIDA, Jacques. Torres de Babel. Trad. Junia Barreto. Belo Horizonte, MG: Editora UFMG, 2006.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 11. ed.Trad. Tomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.

PLAZA, Julio. A tradução como poética sincrônica. In: Tradução intersemiótica. São Paulo: Perspectiva, 2003.

RICHARD, Nelly. Citar a violência; a rotina oficial e as convulsões do sentido. In: Intervenções críticas; arte, cultura, gênero e política. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002. p. 75-92.

RICOEUR, Paul. Sobre a tradução. Trad. Patrícia Lavelle. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2012.

__________. A memória, a história, o esquecimento. Trad. Alain François et al. Campinas: UNICAMP, 2007.

RODRIGUES, Cristina Carneiro. O doméstico e o estrangeiro. In: COSTA, Luiz Angélico da. (org.). Limites da Traduzibilidade. Salvador: EDUFBA, 1996.

SHNEIDER, Michel. Ladrões de palavras: ensaio sobre o plágio, a psicanálise e o pensamento. Trad. Luiz Fernando P. N. Franco. Campinas: Editora da UNICAMP, 1990.

STEINER, George. Presenças verdadeiras. In: Nenhuma paixão desperdiçada. Trad. Maria Alice Máximo. Rio de Janeiro: Record, 2001.

___________. Depois de Babel: questões de linguagem e tradução. Trad. Carlos Alberto Faraco. Curitiba: Editora UFPR. 2005.

VENUTI, Lawrence. Escândalos da tradução. Por uma ética da diferença. São Paulo: EdUSC, 2002.

Downloads

Publicado

2015-08-18

Como Citar

PINTO TEIXEIRA, E. C. Para onde caminha a tradução?. Rónai – Revista de Estudos Clássicos e Tradutórios, [S. l.], v. 2, n. 1, p. 111–124, 2015. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/ronai/article/view/23095. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos