Ética na tradução de literatura infantojuvenil: análise de duas traduções de Viagem ao centro da Terra
Palavras-chave:
tradução de literatura infantojuvenil, ética no processo tradutório, literatura infantojuvenilResumo
O tradutor de literatura infantojuvenil (LIJ) deve atentar-se a uma questão muito peculiar que diz respeito à relação assimétrica que ele, adulto, tem com seu público-alvo em potencial, isto é, crianças e jovens. Por conseguinte, o tradutor de textos para esse público, além de ser influenciado por seu contexto social, histórico e cultural, como em todo ato tradutório, lida também com sua visão do universo infantojuvenil. Diante de tal fato, este artigo visa analisar alguns aspectos da tradução de LIJ e as estratégias usadas para traduzir e/ou adaptar, sobretudo, nomes próprios, termos técnicos e estrangeirismos. O corpus constitui-se de duas traduções do clássico da literatura francesa Voyage au centre de la Terre (Viagem ao centro da Terra), de Júlio Verne, e a fundamentação teórica baseia-se principalmente nos conceitos de ética no processo tradutório (VENUTI 2002); BERMAN, 1995 e 2013; OLIVEIRA, 2005, 2006, 2007 e 2008). A análise foi realizada de modo comparativo, e não avaliativo, de alguns excertos, de capítulos variados, que ilustram diferentes procedimentos éticos.
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